Demitido da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) após denúncias de vacinação de mais de 800 servidores da pasta contra a COVID-19, o ex-secretário Carlos Eduardo Amaral quebrou o silêncio. Nesta sexta-feira (12/03), o médico fez uma publicação dizendo que “ajudou a salvar vidas” e que “incomodou alguns”.
“Encerro um ciclo. Como secretário primei pela legalidade, técnica, retidão e lealdade. Aprendi muito. Ajudei a salvar vidas. Incomodei alguns. Segue o jogo. Novos desafios virão. Quem quiser caminhar junto, se sinta convidado…”, disse Amaral, em seu Twitter.
Encerro um ciclo. Como secretário primei pela legalidade, técnica, retidão e lealdade. Aprendi muito. Ajudei a salvar vidas. Incomodei alguns. Segue o jogo. Novos desafios virão. Quem quiser caminhar junto, se sinta convidado...
%u2014 Dr. Carlos Eduardo Amaral (@drcarloseduard) March 12, 2021
Permanência durou pouco
Em reunião a portas fechadas na manhã dessa quinta, o governador optou pela permanência do médico no cargo de confiança. A própria assessoria de comunicação da SES confirmou isso.
Porém, ele desidratou no cargo após abertura da CPI fura-filas na ALMG. Dos 77 deputados estaduais, 39 assinaram o requerimento, que foi aceito pelo presidente da Casa, Agostinho Patrus (PV), logo em seguida.
Publicamente, Zema cobrava a investigação sobre a vacinação pelos órgãos internos do estado. Ele também pediu esclarecimentos da pasta à população.
Uma tentativa disso aconteceu na tarde dessa quinta, quando o ex-secretário de Saúde concedeu entrevista coletiva a jornalistas na Cidade Admnistrativa, em BH.
"Não vejo nenhum ilícito e nenhuma imoralidade na vacinação das secretarias estadual e municipais de saúde", disse.
O médico também afirmou que todos os servidores imunizados tiveram seus dados notificados ao Ministério da Saúde.
Em entrevista coletiva, o secretário de Saúde detalhou as áreas da secretaria cujos funcionários receberam as doses.
Fazem parte desse grupo o gabinete do secretário, assessorias da SES, subsecretarias, pessoas responsáveis pelo transporte de suprimentos, trabalhadores da Rede Frio (onde as ampolas são armazenadas), almoxarifado e trabalhadores das unidades da Farmácia de Minas.
Trajetória
Carlos Eduardo Amaral substituiu o médico Wagner Eduardo Ferreira no comando da Saúde estadual em fevereiro de 2019. Ele foi candidato a deputado federal pelo Novo em 2018, mas perdeu. A troca ocorreu por questões de saúde do primeiro escolhido para a pasta.
O ex-secretário é neurocirurgião de Juiz de Fora, na Zona da Mata, desde 1996. Na mesma cidade, foi professor da universidade federal local.
Médico de carreira da rede Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), tem MBA em Gestão de Negócios e Gestão de Saúde e Segurança do Paciente. Também foi presidente da Sociedade Mineira de Neurocirurgia.