Um grupo de 28 vereadores de Belo Horizonte pede que o prefeito Alexandre Kalil (PSD) revogue trecho do decreto publicado neste sábado (13/03) que determina a proibição de cultos com templos abertos. Os parlamentares, todos componentes da Frente Parlamentar Cristã, emitiram uma nota de repúdio na qual dizem que “jamais, em 123 anos de história, nossa cidade teve qualquer impedimento à atividade religiosa”.
A frente, que se reuniu neste sábado de forma remota, também argumenta que a atividade religiosa é considerada essencial. “Além da própria Constituição da República que determina que é garantida na forma da lei, a proteção dos locais de culto, o presidente da República estabeleceu em decreto presidencial a atividade religiosa como serviço essencial”, diz trecho do documento.
O decreto deste sábado emitido pela Prefeitura de Belo Horizonte também fecha praças públicas e endurece ainda mais a atividade comercial. O trecho contestado pela Frente Parlamentar Cristã é o seguinte: “Ficam suspensos cultos, missas e demais atividades religiosas de caráter coletivo, sendo permitido que os espaços religiosos fiquem abertos, desde que adotadas as medidas de prevenção ao contágio e contenção da propagação da COVID-19 estabelecidas pelas autoridades de saúde”.
Integrante da Frente, o vereador Ciro Pereira (PTB) disse que o caso vai além e que será tratado pela Câmara Municipal de BH. “Vamos unir os vereadores para ver os instrumentos legais e tentar tirar essa parte do decreto”, afirmou o parlamentar, em contato com o Estado de Minas.
Também à reportagem, Wesley (Pros), presidente da Frente, disse que o número de integrantes no grupo deve aumentar para 31 nos próximos dias. A Câmara de BH tem 41 vereadores.
Aumento de casos motivou restrições
Desde o último sábado (06/03), somente serviços essenciais podem funcionar na cidade, sendo esse o quarto fechamento do comércio em BH desde março de 2020, com o começo da pandemia. Um novo avanço do coronavírus motivou as ações tomadas pela prefeitura.
BH chegou nessa sexta-feira (12/03) a 122.302 diagnósticos confirmados da COVID-19: 2.885 mortes, 6.355 pacientes em acompanhamento e 113.062 recuperados. Em comparação ao balanço anterior, houve registro de mais 16 mortes e 1.465 casos.
A taxa de transmissão do novo coronavírus bateu recorde pelo segundo dia consecutivo em Belo Horizonte nessa sexta. Conforme boletim epidemiológico e assistencial da prefeitura, o indicador está em 1,25 e se mantém na zona crítica da escala de risco.
Isso quer dizer que a cada 100 infectados em BH, mais 125 pessoas se tornam vítimas da pandemia. O boletim da última quinta-feira (11/03), outro recorde, atestou um índice de 1,22.