Jornal Estado de Minas

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

BH tem carreata pró-Bolsonaro e contra STF

Uma carreata a favor do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e contra o Supremo Tribunal Federal (STF) foi realizada manhã deste domingo (14/03) em Belo Horizonte. Centenas de pessoas se reuniram na Praça do Papa, Bairro Mangabeiras, Região Centro-Sul da capital mineira, e partiram por volta das 10h30 rumo à Praça da Liberdade, na mesma região.





A carreata percorreu diversos pontos da Região Centro-Sul até chegar à Praça da Liberdade, ponto já tradicional de encontros bolsonaristas ou direitistas, em geral. O movimento atrapalhou o trânsito de BH por várias vezes e, na "última parada", lotou a Praça da Liberdade.
 
As pessoas se vestiam com o traje usual dos apoiadores do presidente: bandeiras do Brasil, camisas da Seleção Brasileira de futebol e roupas verde e amarelo. Máscara de proteção, contudo, não é um acessório usado por grande parte dos manifestantes. A carreata teve buzinaço e alto falante que tocava o hino nacional. 

“Estamos aqui, em primeiro lugar, pelo Brasil. Uma nação onde nasci, estou criando minha família, e acho um absurdo o STF está pisando na nossa Constituição, está fazendo tudo contrário, como um dia a gente teve um Brasil de paz. Agora está dividido, estados, municípios, e estamos aqui em nome da família brasileira, nas pessoas que creem em Deus, que pode fazer tudo para melhorar nossa nação. Apoio ao Bolsonaro, que está querendo governar, fora STF, uma vergonha nacional”, diz Maria Luzia Maciel, uma das manifestantes.




 
“Estamos aqui pedindo a destituição dos 11 ministros. Porque entendemos que o ministro da Suprema Corte tem que ser de carreira e eleito pelo voto do povo, assim como fazemos com deputados, senadores. Queremos mudança nessa regra de presidente da República indicar juíz. Somos democratas, queremos que o ministro do Supremo chegue pela força do povo”, disse Cristiano Reis Líder, líder do movimento Direita BH.

Outras capitais também receberam carreatas. Em Salvador, na Bahia, os manifestantes pediram ao governo que pare de "gastar com respiradores". O ato ocorreu no mesmo dia em que Minas Gerais registrou 144 mortes por COVID-19 em 24h. 

Carreata se encerrou na Praça da Liberdade, tomada pelos manifestantes (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
A relação entre Bolsonaro, Congresso Nacional e STF nunca foi das melhores. E mesmo aparentemente sem ligação direta com o governo federal, uma decisão recente do STF incomodou os bolsonaristas.





Na última segunda-feira (08/03), o ministro Luiz Edson Fachin anulou as sentenças de Luiz Inácio Lula da Silva, presidente entre 2003 e 2010, no âmbito da Operação Lava-Jato. A ação fez com que o ex-presidente recuperasse os direitos políticos, podendo assim disputar as eleições de 2022, na qual Bolsonaro deve tentar reeleição.
 
A Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreu da decisão de Fachin contra a decisão que anulou as quatro ações penais do ex-presidente na Lava-Jato, incluindo as duas condenações impostas ao petista. O ministro mantém o entendimento, mas liberou na última sexta-feira (12/03) o caso para ser discutido pelos colegas do STF.

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