Quatro ex-funcionários do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que o acompanharam no período em que ocupou a cadeira de deputado federal deixaram indícios de participação em um esquema conhecido como rachadinha – quando o assessor parlamentar entrega parte do salário para o parlamentar.
Nesta segunda-feira (15/3), o site UOL publicou matéria demonstrando que quatro funcionários que trabalharam para Jair Bolsonaro em seu gabinete na Câmara dos Deputados retiraram 72% de seus salários em dinheiro vivo. Eles receberam R$ 764 mil líquidos, entre salários e benefícios, e sacaram um total de R$ 551 mil.
Filhos
Os filhos do presidente Jair Bolsonaro também estariam envolvidos em suspeita de participação no esquema da rachadinha.
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) foi denunciado em novembro passado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro pelo desvio de R$ 6,1 milhões da Alerj, dos quais R$ 4,23 milhões foram obtidos em dinheiro vivo.
Na denúncia ao Tribunal de Justiça do Rio, os procuradores escreveram que "no período de atuação da organização criminosa na Alerj também ocorreram centenas de saques nas contas bancárias de outros ex-assessores, em valores expressivos e próximos às datas dos créditos da Alerj de forma inusual".
Ao menos quatro funcionários do gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) sacaram 87% de seus salários em dinheiro vivo. Juntos, eles retiraram um total de R$ 570 mil.
O intenso volume de saques de assessores de Carlos Bolsonaro, após os pagamentos, é semelhante ao padrão apontado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) na suposta organização criminosa que funcionava no gabinete do irmão mais velho, Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.