Cotada para assumir o Ministério da Saúde no lugar de Eduardo Pazuello, a cardiologista Ludhmila Hajjar teria comunicado ao presidente Jair Bolsonaro que não aceita o cargo. A informação foi antecipada pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, sobre conversa realizada na manhã desta segunda-feira (15/3), e confirmada, ao vivo, pela própria profissional em entrevista à CNN.
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Pressionado, Bolsonaro procura substituto para PazuelloDimas Covas: Pasta da Saúde precisa ser seja dirigida por quem entenda a pandemiaMourão: cargo de ministro é político e depende de técnicos que a pessoa se cercarNa contramão de Bolsonaro, Ludhmila Hajjar diz que cloroquina não funcionaEduardo Bolsonaro participou de reunião do presidente com Ludhmila Hajjar'Fui ameaçada de morte', diz Ludhmila Hajjar após convite de BolsonaroExército vai gastar R$ 80 mil com bonecos do RamboA escolha de Ludhmila, no entanto, poderia atender a outros interesses do governo. Médica de vários parlamentares e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), é tratada como uma unanimidade pelo alto escalão da Justiça e da política. Com ela no ministério, Bolsonaro passaria a ter o apoio do Congresso e do Judiciário na condução da pandemia. Não se sabe, no entanto, se o presidente se adaptaria a uma profissional que tem opinião própria e posição clara sobre como lidar com a doença.
Ludhmila tem a simpatia de políticos influentes do Progressistas e a defesa declarada do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), que, em mensagem no Twitter, defendeu a nomeação. "Coloquei os atributos necessários para o bom desempenho à frente da pandemia: capacidade técnica e de diálogo político com os inúmeros entes federativos e instâncias técnicas. São exatamente as qualidades que enxergo na doutora Ludhmila."
Governo busca troca de comando
No ápice da pandemia no Brasil, o governo de Jair Bolsonaro procura agora seu quarto ministro da Saúde. Pressionado pela explosão de mortes e internações por covid-19 e frustrações na campanha de vacinação, o presidente decidiu trocar o comando da pasta. Políticos que participam das conversas com o Planalto dizem que o general se inviabilizou como ministro.
Segundo autoridades que acompanham a discussão, Bolsonaro resiste a entregar a Saúde a um político do Centrão, que vem cobiçando a vaga. Por isso, a alternativa mais provável passou a ser a entrada de um profissional da saúde. Além de Ludhmila, o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Marcelo Queiroga, também chegou a ser apontado como opção.