A cardiologista Ludhmila Hajjar, que recusou convite para assumir o Ministério da Saúde, afirmou, nesta segunda-feira (15/03), que medicamentos como a cloroquina, azitromicina, ivermectina, Zinco e Vitamina D não tem eficácia contra a COVID-19.
A médica recusou o convite do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por discordâncias de pensamento sobre a condução da pandemia.
Bolsonaro é a favor de medicamentos que não têm eficácia comprovada para tratamento do novo coronavírus. Eles são chamados por quem defende a tese de 'tratamento precoce'.
A médica recusou o convite do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por discordâncias de pensamento sobre a condução da pandemia.
Bolsonaro é a favor de medicamentos que não têm eficácia comprovada para tratamento do novo coronavírus. Eles são chamados por quem defende a tese de 'tratamento precoce'.
“Todos nós sabemos, o mundo todo sabe, a ciência já demonstrou que o paciente tem que ser atendido precocemente. Ele tem que ser visto precocemente. Entretanto, algumas medicações pregadas, como a cloroquina, ivermectina, azitromicina, o zinco e a Vitamina D… Já demonstraram não ser eficazes no tratamento da doença. Não há uma mudança de posição”, afirmou para a CNN Brasil.
Durante a entrevista, a médica chegou a confessar que, no início da pandemia, prescreveu cloroquina para seus pacientes. Segundo ela, a ação foi um ato de “desespero”.
Hajjar também falou a favor das medidas de isolamento social e lockdown.
“Acho que o Brasil, hoje, pra combater a pandemia… tem que procurar se pautar em evidências científicas, em salvar a vida das pessoas, em procurar atender melhor essas pessoas com diagnóstico precoce, com atendimento melhor dentro das redes hospitalares, com programa de vacinação em massa. O lockdown, já é demonstrado cientificamente… salva vidas”, pontuou.
Convite e ameaças
Ludhmila Hajjar se reuniu com Bolsonaro na tarde desse domingo (14/3), no Palácio da Alvorada. A conversa, no entanto, foi inconclusiva, por causa da postura favorável da médica ao isolamento social como forma de combater o avanço do vírus e contrária ao uso da cloroquina – posicionamentos constrastantes com o que defende o presidente desde o início da pandemia.
Nesta segunda-feira (15/3), a médica recusou o convite de Bolsonaro. Em seguida, relatou ameaças sofridas durante o tempo que esteve em Brasília.
"Recebi ataques, tentativa de invasão no hotel em que estava, ameaças de morte, fui agredida com áudios e vídeos falsos. Mas estou firme e forte aqui. Hoje volto para São Paulo para continuar a minha missão, que é ser médica. Estou à disposição do meu país e vou continuar atendendo pessoas da direita e da esquerda", contou a médica, durante a entrevista à CNN Brasil.