A Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) rejeitou, nesta terça-feira (16/3), em segundo turno, a contratação de empréstimo no valor de U$$ 160 milhões (R$ 907 milhões, em valores atuais) para impulsionar o Programa de Redução de Riscos de Inundações e Melhorias Urbanas na Bacia do Ribeirão Isidoro, no vetor Norte belo-horizontino. Foram 27 votos a favor do projeto; 12 parlamentares foram contrários. Para a aprovação, era necessário que ao menos 28 dos 41 vereadores votassem favoravelmente.
A ideia da gestão de Alexandre Kalil (PSD) era utilizar a verba para financiar intervenções que solucionem alagamentos. A urbanização de áreas de risco que estão no entorno das bacias, como as ocupações Izidora, Helena Greco, Dandara, Vitória e Rosa Leão, também constava na proposta.
A administração municipal enxergava o empréstimo como medida essencial para dar continuidade ao processo de melhorias nos espaços da cidade que, tradicionalmente, sofrem com os efeitos dos temporais.
Segundo o texto, o montante seria fornecido pelo Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) – ou outra instituição financeira. A proposta, enviada por Kalil em setembro do ano passado, constava na pauta da reunião plenária da manhã desta terça.
A ausência de quórum necessário para a votação, contudo, empurrou a análise do projeto para a tarde.
Parlamentares que, inicialmente, eram contrários à ideia, foram convencidos por aliados da prefeitura sobre a necessidade da aprovação. Apesar disso, Cláudio do Mundo Novo, que é filiado ao PSD, a mesma legenda do chefe do Executivo municipal, não participou da votação.
Em setembro de 2020, a prefeitura conseguiu aporte de R$ 200 milhões em um convênio com a Caixa Econômica Federal para custear a segunda etapa das obras contra enchentes na Avenida Vilarinho.
Se houvesse aval Legislativo à captação dos cerca de R$ 907 milhões, imóveis irregulares que circundam a Bacia do Isidoro seriam beneficiados.
O líder do governo Kalil na Câmara, Léo Burguês (PSL), acusou parte dos colegas de terem votado contra a proposta por “brigas políticas”.
“Vi vereadores vibrando na hora em que o projeto da cidade foi derrotado”, falou, sem dar nomes.
Wesley Autoescola (Pros), por sua vez, foi um dos que votaram contrariamente. Ele recorreu às incertezas proporcionadas pela pandemia do novo coronavírus para justificar a opção.
“Estamos querendo liberar um empréstimo de (quase) R$ 1 bilhão sem sabermo o cenário do ano que vem, de 2022 ou de 2023”, declarou.
Bella Gonçalves, do Psol, compôs o grupo de 27 parlamentares que apoiou a proposta de Kalil. Bastante ligada à causa das ocupações urbanas, ela se emocionou ao saber do resultado da reunião.
“A gente estava discutindo os direitos das famílias de Venda Nova, da Região Norte e da Izidora. Famílias em que as condições de vida são inimagináveis para muitos dos vereadores. É muito doloroso perder companheiros por falta de estrutura urbana. É muito doloroso ver que as negociatas políticas estiveram acima das pessoas”, disparou, com a voz embargada.
Ela se disse “envergonhada” com o placar.
O empréstimo, por seu turno, além das questões urbanísticas, autorizaria a construção de outros reservatórios no entorno da bacia.
A ideia da gestão de Alexandre Kalil (PSD) era utilizar a verba para financiar intervenções que solucionem alagamentos. A urbanização de áreas de risco que estão no entorno das bacias, como as ocupações Izidora, Helena Greco, Dandara, Vitória e Rosa Leão, também constava na proposta.
A administração municipal enxergava o empréstimo como medida essencial para dar continuidade ao processo de melhorias nos espaços da cidade que, tradicionalmente, sofrem com os efeitos dos temporais.
Segundo o texto, o montante seria fornecido pelo Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) – ou outra instituição financeira. A proposta, enviada por Kalil em setembro do ano passado, constava na pauta da reunião plenária da manhã desta terça.
A ausência de quórum necessário para a votação, contudo, empurrou a análise do projeto para a tarde.
Parlamentares que, inicialmente, eram contrários à ideia, foram convencidos por aliados da prefeitura sobre a necessidade da aprovação. Apesar disso, Cláudio do Mundo Novo, que é filiado ao PSD, a mesma legenda do chefe do Executivo municipal, não participou da votação.
Em setembro de 2020, a prefeitura conseguiu aporte de R$ 200 milhões em um convênio com a Caixa Econômica Federal para custear a segunda etapa das obras contra enchentes na Avenida Vilarinho.
Se houvesse aval Legislativo à captação dos cerca de R$ 907 milhões, imóveis irregulares que circundam a Bacia do Isidoro seriam beneficiados.
Líder de Kalil diz que ‘brigas políticas’ atrapalharam
O líder do governo Kalil na Câmara, Léo Burguês (PSL), acusou parte dos colegas de terem votado contra a proposta por “brigas políticas”.
“Vi vereadores vibrando na hora em que o projeto da cidade foi derrotado”, falou, sem dar nomes.
Wesley Autoescola (Pros), por sua vez, foi um dos que votaram contrariamente. Ele recorreu às incertezas proporcionadas pela pandemia do novo coronavírus para justificar a opção.
“Estamos querendo liberar um empréstimo de (quase) R$ 1 bilhão sem sabermo o cenário do ano que vem, de 2022 ou de 2023”, declarou.
Vereadora se emociona e lamenta resultado
Bella Gonçalves, do Psol, compôs o grupo de 27 parlamentares que apoiou a proposta de Kalil. Bastante ligada à causa das ocupações urbanas, ela se emocionou ao saber do resultado da reunião.
“A gente estava discutindo os direitos das famílias de Venda Nova, da Região Norte e da Izidora. Famílias em que as condições de vida são inimagináveis para muitos dos vereadores. É muito doloroso perder companheiros por falta de estrutura urbana. É muito doloroso ver que as negociatas políticas estiveram acima das pessoas”, disparou, com a voz embargada.
Ela se disse “envergonhada” com o placar.
Histórico
A Bacia do Isidoro compreende os córregos do vetor Norte belo-horizontino. São quatro córregos principais: Vilarinho e Nado, em Venda Nova; Terra Vermelha e Floresta, na Região Norte da cidade.A prefeitura já toca obras na área. Uma das intervenções é a construção de uma estrutura para armazenamento de água.
Atualmente, a PBH trabalha em prol de melhorias nos córregos do Vilarinho e do Nado. Uma estrutura hidráulica, popularmente conhecida como piscinão, está sendo construída no encontro dos dois córregos, nas proximidades da estação Vilarinho do metrô, onde os alagamentos são frequentes.
Atualmente, a PBH trabalha em prol de melhorias nos córregos do Vilarinho e do Nado. Uma estrutura hidráulica, popularmente conhecida como piscinão, está sendo construída no encontro dos dois córregos, nas proximidades da estação Vilarinho do metrô, onde os alagamentos são frequentes.