Por 27 votos a 12, a Câmara Municipal de Belo Horizonte rejeitou, nesta terça-feira (16/3), a proposta do prefeito Alexandre Kalil (PSD) de contrair empréstimo de U$$ 160 milhões (cerca de R$ 907 milhões) para impulsionar obras de contenção de enchentes e de urbanização de áreas de risco.
A ideia era injetar os recursos no Programa de Redução de Riscos de Inundações e Melhorias Urbanas na Bacia do Ribeirão Isidoro, no Vetor Norte da cidade.
Para o aval à ideia do Poder Executivo, eram necessários 28 votos. Portanto, os planos de Kalil não saíram do papel por um voto. Cláudio do Mundo Novo, correligionário do prefeito, não compareceu à reunião. A postura surpreendeu integrantes do poder Executivo. (Veja, no fim deste texto, como cada parlamentar votou).
A bancada do PP, que se aliou a Kalil no início da gestão, também votou contrariamente. A mudança de postura dos quatro parlamentares do partido está relacionada ao rompimento das relações entre o prefeito e o deputado federal mineiro Marcelo Aro, que é filiado ao Partido Progressista.
O “racha” fez com que a legenda deixasse a base aliada. Juliano Lopes (PTC) e Wesley Autoescola (Pros), que compõem um bloco parlamentar ao lado dos vereadores do PP, foram outros a optar pelo “não”. O mesmo ocorreu com Ciro Pereira (PTB) e os representantes do Novo.
O outro voto contrário partiu de Flávia Borja (Avante). Antes da votação, o líder do partido, Claudiney Dulim, pediu que seus correligionários seguissem a orientação da direção nacional do partido, que decidiu aprovar a proposta. A parlamentar, contudo, contrariou a determinação interna.
Origem do dinheiro
Segundo a prefeitura, o empréstimo seria contraído junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) — ou outra instituição financeira. A administração municipal apontava a operação de crédito como medida essencial para dar continuidade ao processo de melhorias nos espaços da cidade que, tradicionalmente, sofrem com os efeitos dos temporais.No que tange às intervenções urbanísticas, a ideia era beneficiar ocupações populares como Dandara, Esperança, Vitória, Rosa Leão e Helena Greco. Segundo o secretário municipal de Obras Públicas, Josué Valadão, a participação popular estava no cerne da proposta.
“Não tem um projeto feito em escritório. Serão feitas oficinas com as comunidades para descrever como vão ocorrer as intervenções. Há trabalho social e engajamento comunitário do pessoal que vive lá hoje, em condição de miséria”, disse, antes da votação
A Bacia do Isidoro compreende os córregos do Vetor Norte belo-horizontino. São quatro córregos principais: Vilarinho e Nado, em Venda Nova; Terra Vermelha e Floresta, na Região Norte da cidade.
Empréstimo de US$ 160 milhões para financiar obras na Bacia do Isidoro - Como votaram os vereadores de BH
Sim
- Álvaro Damião (DEM)
- Bella Gonçalves (Psol)
- Bim da Ambulância (PSD)
- Bruno Miranda (PDT)
- Doutor Célio Fróis (Cidadania)
- Duda Salabert (PDT)
- Fernando Luiz (PSD)
- Gabriel Azevedo (Patriota)
- Gilson Guimarães (Rede)
- Helinho da Farmácia (PSD)
- Henrique Braga (PSDB)
- Irlan Melo (PSD)
- Iza Lourença (Psol)
- Jorge Santos (Republicanos)
- Juninho Los Hermanos (Avante)
- Léo Burguês (PSL)
- Macaé Evaristo (PT)
- Marcos Crispim (PSC)
- Marilda Portela (Cidadania)
- Miltinho CGE (PDT)
- Professor Claudiney Dulim (Avante)
- Ramon Bibiano da Casa de Apoio (PSD)
- Reinaldo Gomes (MDB)
- Rogério Alkimin (PMN)
- Sônia Lansky da Coletiva (PT)
- Walter Tosta (PL)
- Wanderley Porto (Patriota)
Não
- Bráulio Lara (Novo)
- Ciro Pereira (PTB)
- Fernanda Pereira Altoé (Novo)
- Flávia Borja (Avante)
- José Ferreira (PP)
- Marcela Trópia (Novo)
- Nikolas Ferreira (PRTB)
- Professor Juliano Lopes (PTC)
- Professora Marli (PP) 10.
- Rubão (PP)
- Wesley Autoescola (Pros)
- Wilsinho da Tabu (PP)
Não votou:
- Cláudio do Mundo Novo (PSD)
*Presidente da CMBH, Nely Aquino (Podemos) não votou por estar comandando a reunião