Nesta terça-feira (16/03), o Brasil bateu mais um triste recorde de mortes por COVID-19 registradas em 24 horas na base de dados do Ministério da Saúde: 2.842 vidas perdidas. O fato acontece três meses depois de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dizer, em um evento em Porto Alegre, que a “pandemia estava no finalzinho”.
O Brasil já registra 281.626 mortes causadas pela COVID-19. Na época da declaração de Bolsonaro, o país havia registrado, na noite de 9 de dezembro, 836 vidas perdidas em 24 horas, totalizando 178.995. Ou seja, mais de 100 mil vítimas não sobreviveram aos efeitos da doença de lá para cá.
Na manhã de 10 de dezembro de 2020, Bolsonaro embarcou para o Rio Grande do Sul, onde participou da inauguração da nova ponte sobre o Rio Guaíba, em Porto Alegre. Em seu discurso, o presidente afirmou que o Brasil estava vivendo um “finalzinho de pandemia” e disse que o Governo Federal prestou toda assistência aos estados e municípios no combate ao coronavírus.
"Nosso governo, levando em conta outros países do mundo, foi o que melhor se saiu no tocante à economia. Prestamos todos os apoios possíveis a estados e municípios", completou.
Nove dias depois, Bolsonaro voltou a falar sobre a COVID-19 no Brasil. Em vídeo publicado nas redes sociais do filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o chefe do Planalto disse que a “pandemia estava chegando ao fim”, destacando um “pequeno repique” no comportamento da doença no país.
“A pandemia está chegando ao fim. Estamos com uma pequena ascensão agora, o que chama de um pequeno repique, pode acontecer”, afirmou.
No mesmo vídeo, Bolsonaro criticou a cobrança que vinha sofrendo, na época, para aquisição de vacinas contra a COVID-19. O presidente disse que a “pressa para os imunizantes não se justificava”.
“Pressa para a vacina não se justifica, porque você mexe com a vida das pessoas. Vai inocular algo em você e seu sistema imunológico vai agir de forma imprevista. Você não pode sem que tenha certificação da Anvisa você bote a vacina no mercado.”
Na noite anterior às falas de Bolsonaro, o Brasil havia ultrapassado a marca de 185 mil mortes por COVID-19. A média móvel, naquela época, havia atingido o patamar de 748 vidas perdidas, a maior desde 21 de setembro.