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Estado de Minas VACINA

CPI dos 'fura-filas' terá e-mail para denúncia de supostas irregularidades

Além dos 828 servidores da Saúde estadual vacinados em BH, comitê investiga 1.852 assessores lotados no interior já imunizados


20/03/2021 09:15 - atualizado 20/03/2021 09:31

CPI dos 'fura-filas' quer participação popular para ampliar atuação contra possíveis irregularidades(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
CPI dos 'fura-filas' quer participação popular para ampliar atuação contra possíveis irregularidades (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada por deputados estaduais mineiros para apurar possíveis irregularidades na aplicação de vacinas antiCOVID-19 em servidores da Secretaria de Estado de Saúde vai contar com participação popular. O grupo criou e-mail para que cidadãos possam enviar, à Assembleia Legislativa, denúncias envolvendo a imunização de trabalhadores ligados ao governo no interior do estado.

O endereço cpi.fura.filas@almg.gov.br foi informado durante a segunda reunião do grupo, nessa sexta-feira (19/3). A CPI dos “fura-filas” tem fato determinado: portanto, pode analisar apenas casos ligados ao Poder Público estadual. Eventuais ilicitudes cometidas por servidores que dão expediente nas Superintendências Regionais de Saúde, por exemplo, deverão ser comunicadas aos deputados.

"Tem chegado ao nosso conhecimento que, infelizmente, há casos de fura-filas da vacinação em todo canto do Estado. A CPI vai analisar cada suspeita, mas, para isso, precisamos também da participação das pessoas. Por isso, criamos um e-mail destinado a receber todas as denúncias de irregularidades na imunização, para que sejam devidamente apuradas e investigadas pelos parlamentares da comissão”, disse, ao Estado de Minas, o presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PV).

João Vítor Xavier (Cidadania), que comanda os trabalhos do comitê de investigação, afirmou que os parlamentares têm recebido muitas denúncias de irregularidades envolvendo a vacinação de servidores municipais em diversos cantos do estado. Ele explicou que, para casos do tipo, as Câmaras Municipais devem ser acionadas.

“Não é foco desta CPI da Assembleia a apuração de fatos que ocorreram nas cidades do interior de Minas Gerais, exceto algo que tenha, de maneira específica, relação direta com o fato investigado com a Secretaria de Estado de Saúde”, esclareceu.

Assessores do interior na mira


Os sete parlamentares que integram a CPI se debruçam sobre listas de servidores que podem ter tomado a vacina mesmo sem compor os grupos de maior risco para o coronavírus. Entre os investigados, estão 1.852 assessores da Saúde estadual que trabalham em cidades do interior. Segundo documento enviado ao Legislativo pelo governo de Romeu Zema (Novo), até mesmo trabalhadores em home office foram contemplados com as doses.

Outra listagem avaliada tem 828 nomes de funcionários da SES-MG que trabalhavam em Belo HorizonteOs 55 servidores da Assembleia Legislativa imunizados também estão na mira.

Primeiros depoentes definidos


A presença de supostos "fura-filas" na lista de profissionais administrativos vacinados pela Secretaria de Saúde culminou na demissão de Carlos Eduardo Amaral, chefe da pasta até a semana passada. Outros servidores também foram exonerados.

A CPI já oficializou a intenção de colher o depoimento de Amaral. Ele é um dos investigados pelo grupo. O ex-secretário adjunto de Saúde, Luiz Marcelo Cabral Tavares, também deve ser ouvido pelos deputados.

Fábio Baccheretti, que substituiu Amaral, também precisará prestar esclarecimentos. A data das oitivas ainda não foi definida. A próxima reunião da comissão ocorre na terça (23/03), às 10h.


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