Criticado pela demora no ritmo de vacinação contra a COVID-19 no Brasil, o governo emitiu nova diretriz para priorizar a aplicação das primeiras doses à população, sem guardar a segunda dose necessária para complementar a imunização. Até agora, a orientação era reservar metade das vacinas para aplicação das segundas doses dentro do período recomendado.
A nova orientação foi feita em um informe técnico do Ministério da Saúde no qual a pasta anunciou a distribuição de mais 3,99 milhões de vacinas da Sinovac/Instituto Butantan e mais 1 milhão da AstraZeneca/Fiocruz entre os 26 estados e o Distrito Federal. Todas essas vacinas serão aplicadas como primeiras doses.
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CNN: Brasil se tornou uma ameaça global de COVID-19Mandetta diz que Bolsonaro pode ser réu em Haia: 'deveria estar de joelhos'CPI dos 'fura-filas' terá e-mail para denúncia de supostas irregularidadesO ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, havia dito a prefeitos, em 19 de fevereiro, que não seria mais necessário guardar as segundas doses da vacina da Coronavac, pois o fluxo de entrega de novos lotes permitiria repor estoques a tempo de completar a imunização. Cinco dias depois, no entanto, o Ministério da Saúde recuou caso as novas vacinas não chegassem a tempo da aplicação da segunda dose.
Na nova orientação, o Ministério da Saúde ressalva que serão feitas reuniões semanais com os conselhos de saúde e representantes de secretarias estaduais e municipais para avaliar os prazos de cumprimento das entregas dos imunizantes, de forma a evitar falta de segundas doses de vacinas. A continuidade da priorização da aplicação das primeiras doses depende do ritmo de produção e entrega das vacinas esperadas pelo ministério.
No mesmo informe, o Ministério da Saúde citou também uma estimativa de recebimento de uma nova carga de 1 milhão de vacinas neste domingo (21/03), e outra de 1,9 milhão de doses até o fim do mês de março. Essas vacinas, da AstraZeneca, foram produzidas na Coreia do Sul, dentro do Consórcio Covax Facility.
De acordo com o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, a Fiocruz terá condições de entregar 100 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca no primeiro semestre e de produzir 110 milhões de doses no segundo semestre. "Estaremos produzindo o IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) no Brasil sem dependermos de importação, como ocorre hoje, em que trazemos o insumo da China", disse.
Segundo Franco, o governo já adquiriu 560 milhões de doses de vacinas de diferentes laboratórios, ao custo de R$ 24,5 bilhões. Além disso, a pasta vai disponibilizar 400 milhões de seringas e agulhas para a vacinação.
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
- Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
- Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.
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