Jornal Estado de Minas

COVID-19

Prefeita diz ser ameaçada por 'fechar' Palmas: 'Minha vida corre risco'

A prefeita de Palmas, no Tocantins, Cinthia Ribeiro (PSDB), diz sofrer ameaças de pessoas contrárias às medidas restritivas impostas pela pandemia do novo coronavírus. Ela afirma ter a vida em risco por conta das ações tomadas para frear a pandemia. Na cidade, as atividades tidas como não essenciais estão proibidas desde o início do mês.



O decreto vale até esta terça-feira (23/3). Palmas adotou medidas como a proibição do funcionamento do serviço de entrega feito por bares e restaurantes. Temendo represálias, a prefeita se desloca acompanhada por escolta.

"Hoje infelizmente minha vida corre risco. Ameaça de tudo que é lado, de tudo que é jeito. Eles olham para mim e acham que 'é presa fácil, não vai ser muito corajosa'. Para trabalhar, hoje tenho que trabalhar com escolta. Minha vida virou um inferno desde que me declarei do lado certo, do lado da ciência, da vida das pessoas. É uma construção, em parte, política. Infelizmente a política entrou na pandemia. Você vê que é um movimento muito bem construído. É feito por extremistas", contou, em entrevista a Rubens Valente, colunista do "UOL".

Segundo o boletim divulgado pela capital tocantinense nesse sábado (20/03), a ocupação de leitos de terapia intensiva chegou a 91%. Nas vagas de enfermaria, o índice é um pouco menor: 78,6%.

Secretária de Saúde foi vítima do vírus


Entre as 340 mortes provocadas pela COVID-19 no município, está a de Valéria Paranaguá, secretária de Saúde, que sucumbiu após duas semanas na UTI. A Rubens Valente, Cinthia Ribeiro relatou, inclusive, ameaças de morte por meio de ligações telefônicas. Manifestantes foram à fachada do condomínio onde vive a prefeita para protestar.

"A ideia deles era criar um pânico. Jogaram pau, pedra, na porta do meu prédio. Quase 50 famílias, aí sim, ficaram impedidas de ir e vir, ninguém podia sair do prédio. Jogaram foguetes no nosso prédio. Palavras de horror. Eles esquecem que temos filhos — eu tenho um filho cardiopata. Ficou a família toda trancada aqui dentro, observando o horror lá fora. Estavam todos descumprindo o decreto, que prevê a não aglomeração. Eles não acreditam que o vírus contamine, que seja letal”, lamentou.



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