Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Máscaras e distanciamento: o que Bolsonaro ignorou no pronunciamento


pronunciamento feito pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em cadeia de rádio e televisão na noite desta terça-feira (23/3) causou repercussão pelas inverdades e falta de consideração com a pior fase da pandemia do coronavírus enfrentada pelo Brasil.




 
 
Em seu discurso, o presidente ignorou os protocolos sugeridos por autoridades de saúde e em nenhum momento pediu à população o uso de máscaras e distanciamento social para combater o vírus.

Outro aspecto fundamental não mencionado pelo chefe do Executivo foi o caos iminente vivido nos hospitais por estados e municípios, que têm ocupação acima de 90% nas UTIs. Vários governadores e prefeitos adotaram medidas rígidas de combate ao vírus, como toque de recolher, fechamento de praias e do comércio não-essencial e fiscalização intensa de festas clandestinas.

Em nenhum momento do pronunciamento de três minutos Bolsonaro lembrou do dia mais letal da pandemia do Brasil: 3.251 vidas perdidas justamente nesta terça-feira, o que corresponde a 2,25 mortes por minuto.





Ele também não fez menção aos profissionais de saúde que lutam diariamente nos hospitais e unidades de pronto atendimento desde o ano passado, sendo expostos ao risco de contrair o vírus.

O presidente também ignorou o lento processo de vacinação feito do Brasil. Pelo contrário, exaltou que o país é o quinto do mundo que mais vacina, mesmo que as estatísticas não apontam isso – pouco mais de 6% da população recebeu a primeira dose e 2% foi vacinada com a segunda dose.
 

Desprezo às vacinas 


Em relação às vacinas, Bolsonaro  falou inverdades. Ele afirmou que intercedeu pessoalmente para a aquisição da Pfizer e da Janssen, porém resistiu durante muito tempo ao querer comprá-las, devido ao fato de as fabricantes não se responsabilizarem por qualquer efeito colateral.

O presidente também disse que o Brasil terá garantido pelo menos 500 milhões de doses de vacinas. Alguns imunizantes, no entanto, têm enfrentado dificuldades para obter aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), casos da Covaxin (Índia) e a Sputnik V (Rússia).




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