Chegou ao fim a passagem de Ernesto Araújo pelo Ministério das Relações Exteriores. Depois de desgaste com o Congresso e de grande pressão de parlamentares do Centrão, o ministro pediu demissão nesta segunda-feira (29/3). A informação deve ser confirmada pelo governo em instantes.
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Além de Bia Kicis, outros deputados bolsonaristas apoiam motim de PMs na BADeputada bolsonarista Bia Kicis incentiva motim após morte de PMExército: General Pazuello cumpriu missão dada pelo presidente''Secretária de Educação Básica do MEC pede demissão do governo BolsonaroApós dois dias de espera, deputado bolsonarista consegue leito de UTI em BHBolsonaro já tem lista com opções para substituir Ernesto AraújoAraújo quer 'cortina de fumaça' para esconder motivo real de demissão, diz KátiaEle já comunicou que deixará o cargo a assessores e ficou reunido com presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a manhã, em Brasília. Antes, havia cancelado todos os compromissos do dia no Itamaraty.
O ministro foi alvo de críticas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pela condução da política externa brasileira.
Araújo também foi duramente criticado pela demora do Brasil em obter vacinas contra a COVID-19, num momento em que o país soma mais de 300 mil vidas perdidas pela doença.
Neste domingo (28/3), ele foi ao Twitter e insinou a senadora Kátia Abreu (PP-GO) atuaria de acordo com os interesses da China, sobretudo na questão do mercado 5G.
Rodrigo Pacheco esteve com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e falou sobre a necessidade de mudança no ministério.
"Na minha conversa com o presidente da República, não houve pedido de ministro A ou B. A escolha de ministro cabe ao presidente. Mas o Senado fiscaliza o Executivo e as políticas públicas. Apontei ao presidente um entendimento unânime do Senado de que a política externa é capenga e precisa ser corrigida”, afirmou Pacheco, em entrevista à Globonews.
Araújo é o 14º ministro a deixar o cargo no governo Bolsonaro. As maiores trocas foram no Ministério da Saúde (passaram Henrique Mandetta, Nelson Teich, Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga, o atual) e na Educação (Ricardo Vélez, Abraham Weintraub, Carlos Decotelli e Milton Ribeiro).
Carreira
Ernesto Araújo começou a carreira no Itamaraty há 30 anos. Antes de chefiar a pasta, ele já atuou nas embaixadas do Brasil em Washington (EUA) e Ottawa (Canadá).
Convidado por Bolsonaro, assumiu o Ministério das Relações Exteriores em 2019. Desde então, sua atuação foi marcada pela aproximação com o presidente Donald Trump no governo dos Estados Unidos e pelo distanciamento com a Cnina, antigo parceiro comercial.