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Estado de Minas FILHO DO PRESIDENTE

Eduardo Bolsonaro sobre morte de PM: ''esse sistema ditatorial vai mudar''

Para o filho do presidente, militar foi morto porque "prender trabalhador é a maior punição" de um "vocacionado em combater o crime"


29/03/2021 14:02


O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi às redes sociais nesta segunda-feira (29/3) comentar a morte do soldado Wesley Góes, de 38 anos, da Polícia Militar da Bahia (PMBA). O militar foi morto após ter um surto psicótico e disparar tiros de fuzil contra a guarnição do Batalhão Operações Especiais (Bope), na tarde de domingo (28/3), no Farol da Barra, em Salvador (BA).

Segundo o filho do presidente, Wesley foi morto porque “prender trabalhador é a maior punição” de um “vocacionado em combater o crime”, escreveu Eduardo. “Esse sistema ditatorial vai mudar. Protestos pipocam pelo mundo e a imprensa já não consegue abafar. Estão brincando de democracia achando que o povo é otário”, comentou, em crítica às medidas de isolamento social decretadas no estado para contenção do coronavírus.
Para conter a COVID-19, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), prorrogou as medidas restritivas até o dia 5 de abril. Por causa da pandemia, Salvador e todas as cidades da Bahia também estão com decreto de toque de recolher. Com isso, está restrita a circulação noturna de pessoas e só funcionam os serviços essenciais.

Protestos e repercussão nas redes sociais

A morte do soldado causou a reação de lideranças de entidades que representam os policiais militares. Logo após a confirmação da morte de Goés, um grupo de PMs - ligados à Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra-BA) - que se concentrou em frente ao Hospital Geral do Estado (HGE), convocou uma assembleia.

Nas redes sociais, circulam vídeos do epísódio. Em um deles é possível ver o momento em que o policial atira contra os colegas e recebe o revide. O disparo por pouco não atingiu um dos policiais que tentavam negociar a rendição. 


Apesar da repercussão do caso, o comandante-geral da Polícia Militar, Paulo Coutinho, disse em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (29/3), que não há qualquer possibilidade de que a categoria se mobilize para uma paralisação geral. "Temos que deixar bem claro que a PM é bem maior do que isso. Estamos com o alto comando da corporação em funcionamento para servir e proteger o cidadão. Qualquer manifestação de ordem política não cabe nesse momento".

O caso

A ocorrência que culminou na morte do soldado começou por volta das 14h do domingo, quando o militar chegou armado com fuzil e pistola, na região do Farol da Barra. 

"Enquanto os disparos não estavam oferecendo riscos para a tropa e para as pessoas que circulavam, protegemos a integridade do soldado. Sempre temos esse cuidado, temos expertise de atender ocorrência dessa natureza. Foram utilizadas outras alternativas, porém ele estava com uma arma de grande poder de letalidade e em determinado momento todos os recursos de isolamento e proteção foram esgotados", avaliou.



Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), a negociação com o soldado durou cerca de três horas e ele alternava momentos de lucidez com acessos de raiva, acompanhados de disparos. Além dos tiros de fuzil, o soldado arremessou grades, isopores e bicicletas no mar. Três viaturas de quatro rodas também foram desengrenadas e direcionadas para guarnições que isolavam o local.

Aproximadamente às 18h35, o soldado verbalizou que havia chegado o momento, fez uma contagem regressiva e iniciou os disparos contra as equipes do Bope. Após pelo menos 10 tiros, o soldado foi neutralizado e socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE).

"Os nossos objetivos primordiais são preservar vidas e aplicar a lei. Buscamos, utilizando técnicas internacionais de negociação, impedir um confronto, mas o militar atacou as nossas equipes. Além de colocar em risco os militares, estávamos em uma área residencial, expondo também os moradores", declarou o comandante do Bope, major Clédson Conceição.


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