Um manifesto assinado por governadores foi divulgado nesta segunda-feira (29/3), repudiando agressões e fake news contra chefes de Executivo estaduais. O documento teve adesão de 16 governadores, entre eles, Ronaldo Caiado (DEM), de Goiás, aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Romeu Zema (Novo), representante de Minas Gerais, não assinou.
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Em dois anos de governo, Bolsonaro fez 22 mudanças na equipe ministerial Segurança 'Púbica': Planalto comete gafe ao anunciar ministro da Justiça Minas deve ter mais três dias de feriado depois da Semana SantaAssociação de municípios rebate Zema sobre demora na vacinaçãoGovernadores reagem a tentativa de Bolsonaro de culpá-los por mortesOs governadores pediram paz para prosseguirem com os trabalhos e disseram, na carta, que há uma tentativa de “estimular motins policiais”.
”Os Estados e todos os agentes públicos precisam de paz para prosseguir com seu trabalho, salvando vidas e empregos. Estimular motins policiais, divulgar fake news, agredir governadores e adversários políticos são procedimentos repugnantes, que não podem prosperar em um país livre e democrático.”
”Os Estados e todos os agentes públicos precisam de paz para prosseguir com seu trabalho, salvando vidas e empregos. Estimular motins policiais, divulgar fake news, agredir governadores e adversários políticos são procedimentos repugnantes, que não podem prosperar em um país livre e democrático.”
Os “motins” citados pelos governadores passam pelas críticas de bolsonaristas ao governador da Bahia, Rui Costa (PT), pela ação que resultou na morte de um soldado da Polícia Militar (PM), que teve um surto e efetuou disparos no Farol da Barra, um dos pontos turísticos de Salvador.
Os ataques foram seguidos de afirmações – não comprovadas – de que o PM teria se recusado a “prender trabalhadores”.
Os ataques foram seguidos de afirmações – não comprovadas – de que o PM teria se recusado a “prender trabalhadores”.
Em nota, o governo de Minas afirmou que "Zema acredita que o momento é de união em torno de soluções no combate à pandemia" e que o chefe do Executivo estadual vem participando de reuniões com todos os poderes. A resposta diz, ainda, que: "Para o governador, a atuação direta tem mais eficácia do que assinatura de cartas" e que "embates políticos devem ficar em segundo plano, com foco na solução de problemas".
Veja, na íntegra, a carta dos governadores
Carta dos governadores: queremos verdade e paz!
Os governadores manifestam sua indignação em face da crescente onda de agressões e difusão de fake news que visam a criar instabilidade institucional nos estados e no país. Vivemos um período de emergência na saúde, e a vida de todos os brasileiros está em grave risco.
Os governadores, juntamente com os servidores públicos e profissionais do setor privado, estão lutando muito para garantir atendimento de saúde e apoio social à população. Enquanto isso, alguns agentes políticos espalham mentiras sobre dinheiro jamais repassado aos estados, fomentam tentativas de cassação de mandatos, tentam manipular policiais contra a ordem democrática, entre outros atos absurdos.
Registramos especialmente o nosso protesto quando são autoridades federais, inclusive do Congresso Nacional, que violam os princípios da lealdade federativa.
Conclamamos o Presidente da República, os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, bem como o presidente do Supremo Tribunal Federal, para que adotem todas as providências de modo a coibir tais atos ilegais e imorais.
Os Estados e todos os agentes públicos precisam de paz para prosseguir com o seu trabalho, salvando vidas e empregos. Estimular motins policiais, divulgar fake news, agredir Governadores e adversários políticos, são procedimentos repugnantes, que não podem prosperar em um país livre e democrático.
Finalmente, sublinhamos a nossa gratidão a todos os servidores públicos e profissionais que têm atuado incessantemente para vencermos a pandemia. Merecem especial destaque as forças policiais, que têm a nossa solidariedade e apoio em relação a reivindicações justas quanto à vacinação, pleito em análise no âmbito do Ministério da Saúde pela Comissão Intergestores Tripartite – CIT.
Brasília, 29 de março de 2021.
Assinam esta carta:
RUI COSTA
Governador do Estado da Bahia
FLÁVIO DINO
Governador do Estado do Maranhão
HELDER BARBALHO
Governador do Estado do Pará
PAULO CÂMARA
Governador do Estado de Pernambuco
JOÃO DORIA
Governador do Estado de São Paulo
RONALDO CAIADO
Governador do Estado de Goiás
MAURO MENDES
Governador do Estado de Mato Grosso
EDUARDO LEITE
Governador do Estado do Rio Grande do Sul
CAMILO SANTANA
Governador do Estado do Ceará
JOÃO AZEVÊDO
Governador do Estado da Paraíba
RENATO CASAGRANDE
Governador do Estado do Espírito Santo
WELLINGTON DIAS
Governador do Estado do Piauí
FÁTIMA BEZERRA
Governadora do Estado do Rio Grande do Norte
BELIVALDO CHAGAS
Governador do Estado de Sergipe
REINALDO AZAMBUJA
Governador do Estado de Mato Grosso do Sul
WALDEZ GOÉS
Governador do Estado do Amapá