O ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) o general Carlos Alberto dos Santos Cruz afirmou, durante entrevista ao Correio Braziliense, nesta terça-feira (30/03), que "politizar o Exército é quebrar e subverter a hierarquia das Forças Armadas”.
De acordo com Santos Cruz, seria "distorção ou falta de capacidade política" usar as Forças Armadas para ataques políticos.
Bolsonaro anunciou na segunda-feira (29/03) uma reforma ministerial com seis trocas no primeiro escalão do governo. Entre elas, a troca do general reserva Fernando Azevedo e Silva, que até então comandava a pasta da Defesa.
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Nesta terça-feira, o Ministério da Defesa informou que os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica deixaram seus cargos. Eles estavam reunidos desde o início da manhã para deliberar sobre a demissão conjunta.
“A reforma ministerial acontece em determinados momentos do governo. É uma coisa gradativa do presidente”, explicou Santos Cruz. “Em contrapartida, esta chama a atenção o motivo pelo qual está sendo feita”, disse.
Segundo o ex-ministro, o Brasil vive um momento “extremamente perigoso” onde não “pode acontecer uma polarização política”. Caso isso aconteça, Santos Cruz pontuou que seria um “absurdo, abuso e inaceitável".
Ao ser questionado sobre um possível golpe militar após a troca de comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, Santos Cruz rejeitou a possibilidade. “As Forças Armadas não são instrumentos de intimidação política, de pressão política ou poder pessoal”, afirmou.
“Não sei se ele (Bolsonaro) trocou por isso. Mas, se isso aconteceu, é um absurdo. É inaceitável. Acredito na formação dos comandantes. Eles vão seguir a Constituição”, completou.
Ao ser questionado sobre algumas manifestações on-line, em que integrantes do Exército organizaram manifestações para comemorar o Golpe Militar de 1964, o general classificou essas ações como “fanatismo”.