Jornal Estado de Minas

POLÍTICA

Ministros do STF homenageiam José Levi, demitido por Bolsonaro do comando da AGU

Os ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) fizeram um desagravo ao ex-advogado-geral da União José Levi Mello do Amaral Júnior, demitido do comando na segunda, 29, pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Durante a sessão desta terça, os integrantes da Corte se solidarizaram com o ex-AGU e desejaram sucesso no futuro.

"Faço votos que este eminente jurista tenha prosseguimento em sua brilhante carreira", destacou o ministro Ricardo Lewandowski, que pediu a palavra para comentar a demissão de José Levi, um 'excelente profissional', em suas palavras.

O ministro foi acompanhado por Gilmar Mendes. "As palavras de Vossa Excelência são as palavras de todos nós. Todos que o conhecemos sabemos avaliar a profundidade e a importância do trabalho realizado pelo doutor Levi", frisou Gilmar, que ainda disse que José Levi é um ‘eminente professor, qualificado e reconhecido no âmbito nacional e internacional’. Edson Fachin e Cármen Lúcia acompanharam o desagravo.

José Levi foi demitido da chefia da AGU após se recusar a assinar uma ação do presidente Jair Bolsonaro no Supremo contra o toque de recolher determinado por governadores. A peça foi assinada apenas por Bolsonaro, mas rejeitada pelo ministro Marco Aurélio Mello, que classificou a falta da assinatura da AGU um 'erro grosseiro'.

"O Chefe do Executivo personifica a União, atribuindo-se ao advogado-geral a representação judicial, a prática de atos em Juízo. Considerado o erro grosseiro, não cabe o saneamento processual", escreveu o decano.

Como mostrou o Estadão, a demissão de José Levi também é um revés para o ministro Gilmar Mendes, de quem é próximo. A interlocutores, Bolsonaro demonstrou irritação com o que considera pressão do ministro e disse que não aguenta mais ser 'mandado' pelo magistrado. A saída do AGU contribuiu para derrubar algumas pontes que ainda restavam entre o Supremo e o Palácio do Planalto.



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