Cinquenta e sete anos depois do golpe militar, em 31 de março de 1964, que instituiu a Ditadura Militar no Brasil, internautas usam as redes sociais para reprimir as atitudes tomadas pelos militares. Com vídeos, fotos e posts, brasileiros protestam com a hashtag #DitaduraNuncaMais e relembram os 21 anos vividos sob o comando dos militares.
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Após Queiroga pedir uso de máscaras, Bolsonaro aparece sem a proteçãoBraga Netto: 'Movimento de 1964 é parte da trajetória histórica do Brasil'Veja 6 momentos em que Bolsonaro citou as Forças Armadas como arma políticaPresidente do Clube Militar defende golpe para 'restabelecer ordem'Oposição protocola mais um pedido de impeachment contra BolsonaroBolsonaristas atacam Queiroga, novo ministro da Saúde: 'É o novo Mandetta'Eduardo diz que ditadura foi 'vontade popular' e cita discurso de BolsonaroAlém da tag, as frases “foi golpe” e “viva a democracia” também ficaram entre os assuntos mais falados.
Políticos, artistas, celebridades, jornalistas e clubes de futebol postaram imagens relembrando o golpe militar e comemorando a democracia.
Pela tag, a maioria dos internautas citam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e pedem mais ações para conter a pandemia de COVID-19.
Veja os comentários da tag #DitaduraNuncaMais
Onda Bolsonarista
No final da noite dessa terça-feira, após a reforma ministerial e a demissão dos generais do Exército, Marinha e Aeronáutica, o novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, divulgou um texto chamado "Ordem do Dia Alusiva ao 31 de Março de 1964" enaltecendo o papel que ele classificou de "pacificar o país" realizado pelas Forças Armadas.
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Seguindo a onda bolsonarista, alguns internautas também usaram hashtags como #viva64, #feliz31, #salve31, #viva31demarço, mas agregaram um número bem menor que em outras mobilizações promovidas contra o movimento.
Bolsonaro anunciou na segunda-feira (29/3) uma reforma ministerial com seis trocas no primeiro escalão do governo. Entre elas, a demissão do general reserva Fernando Azevedo e Silva, que até então comandava a pasta da Defesa.
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Na terça-feira (30/03), o Ministério da Defesa informou que os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica deixaram seus cargos. Eles estavam reunidos desde o início da manhã para deliberar sobre a demissão conjunta.
Ditadura militar
A derrubada de João Goulart levou a uma ditadura de 21 anos, período marcado por crimes contra a democracia, a liberdade de imprensa e os direitos humanos.
Foram 5 mandatos militares e 16 atos institucionais – mecanismos legais que se sobrepunham à Constituição. Entre eles, o AI-5, que estabeleceu um regime de opressão, garantindo a ampliação dos aparatos de perseguição e repressão dos cidadãos brasileiros. Ações ilegais, como a tortura, ganharam incentivo durante o ato.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.