Jornal Estado de Minas

Desrespeito

Fotógrafos do DF levam cuspe no rosto em ato pró-Bolsonaro, na Esplanada


Dois fotógrafos do Distrito Federal levaram cusparadas no rosto da parte de um apoiador do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), enquanto acompanhavam uma manifestação pró-governo, promovida na manhã dessa quarta-feira (31/1), na Esplanada dos Ministérios. Uma ocorrência foi registrada pela delegacia eletrônica.




 
O Correio Braziliense conversou com um dos profissionais, que relatou a situação. Claudio Reis, 46 anos, trabalha há mais de duas décadas como fotógrafo e, atualmente, presta serviço à agência Frame Photo. Em mais um dia de trabalho, Claudio registrava o ato pró-governo. A maioria dos manifestantes carregava a bandeira do Brasil.

“Cheguei próximo ao carro de som e fiz a foto de um homem, que cobriu o rosto com a bandeira. Ele me perguntou onde eu trabalhava e, após eu dizer que era 'freela' de uma agência, ele me repreendeu e, em tom agressivo, afirmou que a imprensa não podia estar ali”, declarou.

Após a repreensão do apoiador, Claudio saiu do local e, de longe, avistou outro colega de profissão sendo cuspido no rosto. Para ajudá-lo, o fotógrafo foi até ele. “Ele me perguntou se eu tinha álcool e eu dei. Ele tirou os óculos, pegou a mão cheia de álcool em gel e passou no olho e saiu para buscar um hospital”, detalhou.



Claudio, então, foi tirar fotos do outro lado quando foi surpreendido por um cuspe próximo à face. Segundo ele, em todos esses anos de profissão, essa foi a primeira vez que o profissional passou por uma situação como essa.

Pelas redes sociais, profissionais da área demonstraram indignação com a repreensão dos bolsonaristas. Um deles escreveu: “Imprensa livre. Fotógrafos são impedidos de registrar ato em favor de Bolsonaro. Manifestantes colocam bandeiras na frente das lentes dos fotógrafos, o ato mais grave foi uma cusparada no rosto de um amigo.”

Claudio registrou a agressão por meio da delegacia eletrônica. Segundo a PCDF, a ocorrência será homologada e, depois, transferida à 5ª DP, unidade que investigará o caso.

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