Março foi um dos meses em que a popularidade do presidente Jair Bolsonaro mais oscilou desde que ele assumiu o Palácio do Planalto, em 2019. O recrudescimento da pandemia da COVID-19 no país, que tornou o último mês o mais letal da crise sanitária, com 66.573 mortes, foi um dos principais fatores para a má avaliação do chefe do Executivo.
Também contribuíram para impopularidade a demora do governo em disponibilizar mais vacinas à população e algumas condicionantes políticas, como a mudança no comando do Ministério da Defesa, que desencadeou uma reformulação em todas as Forças Armadas.
Mas em meio a esse cenário negativo para Bolsonaro, cresceu a quantidade de interações no Twitter de perfis considerados inautênticos em favor do presidente.
Também contribuíram para impopularidade a demora do governo em disponibilizar mais vacinas à população e algumas condicionantes políticas, como a mudança no comando do Ministério da Defesa, que desencadeou uma reformulação em todas as Forças Armadas.
Mas em meio a esse cenário negativo para Bolsonaro, cresceu a quantidade de interações no Twitter de perfis considerados inautênticos em favor do presidente.
Segundo levantamento feito pelo Correio Braziliense com base em números da plataforma Bot Sentinel, que analisa publicações feitas na rede social por robôs, o número de postagens com hashtags de apoio a Bolsonaro deram um salto vertiginoso entre fevereiro e março. Se, há dois meses, a ferramenta mapeou pelo menos 1.392 posts produzidos por bots bolsonaristas, no mês passado foram contabilizados, no mínimo, 49.302. O crescimento foi de 3.441%.
Dentre as publicações feitas pelos robôs, destacaram-se hashtags que enaltecem o trabalho desempenhado pelo mandatário. Houve, por exemplo, mais de 15,2 mil publicações com: #opovoestacombolsonaro,
#bolsonaroheroidobrasil,
#contecomigobolsonaro,
#bolsonarotemrazao,
#vaipracimapresidente.
Além disso, foram bastante comuns posts pedindo que Bolsonaro seja reeleito no ano que vem. Tags como #bolsonaro2022, #bolsonaroate2026, #bolsonaropresidenteate2026 e outras variantes apareceram em aproximadamente 8,1 mil postagens.
#bolsonaroheroidobrasil,
#contecomigobolsonaro,
#bolsonarotemrazao,
#vaipracimapresidente.
Além disso, foram bastante comuns posts pedindo que Bolsonaro seja reeleito no ano que vem. Tags como #bolsonaro2022, #bolsonaroate2026, #bolsonaropresidenteate2026 e outras variantes apareceram em aproximadamente 8,1 mil postagens.
Os dias em que as publicações aconteceram com mais frequência foram no aniversário de Bolsonaro, 21 de março, e na data que marca o início do golpe militar de 1964, 31 de março. Só nesses dois dias, foram quase 14,1 mil posts escritos por robôs. As principais hashtags utilizadas foram:
#happybirthdaybolsonaro,
#parabenspresidente,
#deusabencoebolsonaro,
#felizaniversariobolsonaro,
#viva31demarço, #viva1964,
#viva31demarçovivaobrasil.
#happybirthdaybolsonaro,
#parabenspresidente,
#deusabencoebolsonaro,
#felizaniversariobolsonaro,
#viva31demarço, #viva1964,
#viva31demarçovivaobrasil.
Com a pressão no fim do mês para que o presidente demitisse o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, também foram mapeadas cerca de 2,8 mil publicações de bots em defesa do chanceler, tais como #ninguemmexecomernesto e #ernestoaraujofica. Apesar disso, ele foi substituído pelo embaixador Carlos Alberto Franco França.
Um indicativo que aponta para a possibilidade de a atividade no Twitter a favor de Bolsonaro ter sido conduzida por perfis inautênticos é o erro gramatical na escrita de algumas hashtags. Dentre as publicações que mais se destacaram, houve ao menos 459 posts com #parabemsbolsonaro, mais do que as postagens com a escrita correta: apenas 144 estavam com a grafia #parabensbolsonaro. Ainda foram mapeados 153 tweets com #fechadocombolonaroate2026. Por outro lado, 675 foram publicados corretamente (#fechadocombolsonaroate2026).
A atividade dos robôs foi mais comum à noite e nas primeiras horas da madrugada. Quase 45% das publicações (21.780) aconteceram no intervalo entre 21h e 4h. Em contrapartida, a interação dos bots pela manhã e durante a tarde foi bastante reduzida. Apenas 23% das postagens (11.540) aconteceram de 10h a 17h.
Desespero
O cientista político Rodrigo Prando, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, acredita que o uso de robôs é um sinal de que o bolsonarismo se sente acuado em meio às pressões contra o presidente. “(O bolsonarismo) está tentando não perder espaço na internet, território até hoje muito importante para o presidente. Na campanha de 2018, enquanto outros candidatos corriam para montar equipes nas redes sociais, Bolsonaro já as usava havia um ano ou dois. Portanto, ele sente que sua avaliação está deteriorando e tenta não perder espaço nas redes virtuais”, comenta.
“Segundo as pesquisas, houve um aumento de quem considera ruim ou péssimo e uma queda dos que consideram bom e ótimo. Essa manobra (dos robôs) visa tentar manter a hegemonia e a força do bolsonarismo. Mas há ainda o pensamento nas eleições de 2022, quando Bolsonaro vai buscar a reeleição de todas as formas. Seu projeto de poder depende disso”, completa Prando.
Entretanto, Vera Chemim, especialista em direito constitucional e mestre em administração pública pela Fundação Getulio Vargas, alerta que a atividade de robôs na internet para manter artificialmente o apoio ao governo Bolsonaro pode não surtir efeito para as pretensões do mandatário de vencer as eleições do próximo ano.
“A princípio, o uso de robôs visa maquiar a queda de sua popularidade, decorrente de muitos erros e tropeços, desde o abandono do combate à corrupção até o menosprezo e omissão em razão da pandemia. Porém, caso não haja mudança de postura, em um momento mais próximo às eleições, nem robôs conseguirão fazer milagre no sentido de aumentar a popularidade de Bolsonaro, se ele insistir em continuar a fazer política na base do populismo e do toma lá dá cá”, avalia.
Coronavírus x gripe espanhola em BH: erros (e soluções) são os mesmos de 100 anos atrás
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
- Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
- Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.
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