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Estado de Minas POLÍTICA

Presidentes de partidos criticam Bolsonaro, mas divergem sobre CPI da covid-19

As discussões sobre a criação de uma CPI, bandeira de partidos de oposição, ocorrem especialmente no Senado


05/04/2021 20:50 - atualizado 05/04/2021 22:54

Mas os partidos não têm consenso sobre o tema(foto: AFP / EVARISTO SA)
Mas os partidos não têm consenso sobre o tema (foto: AFP / EVARISTO SA)
Os presidentes nacionais do PSD, Gilberto Kassab, do MDB, Baleia Rossi, e do PSOL, Juliano Medeiros, fizeram críticas à forma como o presidente Jair Bolsonaro está conduzindo as respostas à pandemia do novo coronavírus, mas divergiram sobre a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a conduta do governo na crise de covid-19. Os três dirigentes partidários participaram de um debate transmitido pelo Estadão nesta segunda-feira, 5.

Kassab, cujo partido faz parte do governo federal por meio do ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou durante o evento que o PSD não apoiou Bolsonaro nem no primeiro nem no segundo turno das eleições de 2018, mas destacou que os parlamentares da legenda têm independência para "votar nos bons projetos" do governo. "Porém, em relação à pandemia, entendemos que a conduta do governo não foi a mais adequada", disse.

"O governo errou muito. No início, principalmente, quando menosprezou a dimensão e a gravidade da pandemia, e tem errado quando não dá exemplos e não faz campanhas publicitárias massivas recomendando o uso de máscaras e evitando aglomerações", disse Kassab. Porém, o ex-ministro dos governos Michel Temer e Dilma Rousseff afirmou que uma CPI sobre o tema não deveria ser instalada no momento. "Ela deve ser instalada no momento adequado, para que não tumultue o ambiente político do País", afirmou.

As discussões sobre a criação de uma CPI, bandeira de partidos de oposição, ocorrem especialmente no Senado. Mas os partidos não têm consenso sobre o tema.

Juliano Medeiros, do PSOL, disse que sua legenda é um dos partidos que defendem a abertura de uma CPI. "Estamos convencidos de que a quantidade de crimes promovidos pelo governo Bolsonaro, justifica plenamente um processo de investigação por parte do parlamento", disse, que defendeu ainda o impeachment do presidente - a sigla já protocolou pedido de afastamento. "Se dependesse do PSOL, já estaríamos livres deste que é o principal aliado do vírus no Brasil".

Medeiros listou uma série de pontos a serem apurados pelos parlamentares. "Me refiro à compra de insumos para produção de cloroquina no Exército, à suspeitas envolvendo o oxigênio em Manaus. Questões concretas, bem específicas, que justificam um processo de investigação." O presidente do PSOL disse ainda que seria uma "vergonha" o parlamento se furtar dessa apuração nesse momento.

Já o presidente do MDB, Baleia Rossi, candidato derrotado à presidência da Câmara em fevereiro, destacou que o Senado já conseguiu as assinaturas necessárias para a instauração da comissão e defendeu que a investigação não tenha objetivo de "apontar dedos". "É para investigar qualquer tipo de malfeito", disse.

Rossi disse que a CPI garantirá que "cada centavo utilizado no combate à pandemia chegue ao seu objetivo e não fiquem em desvios que podem ter ocorrido". "Acredito que a CPI irá ocorrer e que é importante para que todos saibam a verdade sobre a pandemia", complementou.

Tanto Rossi quanto Medeiros, do PSOL, defenderam a manutenção do fechamento de templos e igrejas para eventos religiosos. O tema está sendo debatido no Supremo Tribunal Federal (STF) após o ministro Kassio Nunes Marques conceder liminar autorizando essas celebrações, contrariando determinações de governadores e prefeitos. Nesta segunda-feira, 5, Gilmar Mendes reverteu a decisão, ao menos para o Estado de São Paulo, e o tema irá ao plenário. Kassab afirmou que a "é preciso preservar vidas e atender a todas as recomendações da ciência e da medicina", mas disse que é possível reunir pessoas respeitando regras.


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