O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (7/3) que a adoção de um lockdown nacional em meio ao aumento dos casos e das mortes por COVID-19 está descartada no país. O mandatário também reforçou que o Exército não será utilizado para fins de fiscalização de medidas restritivas nos estados. A declaração ocorreu durante visita a Chapecó, em Santa Catarina.
"Seria muito mais fácil atender e fazer, como alguns querem, da minha parte, porque eu posso, um lockdown nacional. Não vai ter lockdown nacional. Como alguns ousam dizer por aí que as Forças Armadas deveriam ajudar seus governadores nas suas medidas restritivas. O nosso Exército brasileiro não vai às ruas para manter o povo dentro de casa, a liberdade não tem preço", apontou.
Ao lado do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o mandatário visitou o Centro de Eventos local onde foi desativada uma unidade semi-intensiva para pacientes com COVID-19. No último final de semana, com a transferência do último paciente do local, a estrutura, que tinha 75 vagas, foi desativada. Durante discurso, Bolsonaro voltou a defender o que chama de “tratamento precoce”.
Prefeito
O presidente também se reuniu com o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), o qual havia elogiado no começo da semana. Ele tomou posse em janeiro, e, segundo o mandatário, faz "um trabalho excepcional" em meio à pandemia e é um "exemplo a ser seguido" por conta da liberdade que tem dado aos médicos no tratamento off label.
Rodrigues tem incentivado o chamado "tratamento precoce" contra a COVID-19. No entanto, não há comprovação científica de eficácia de remédios como cloroquina, ivermectina e Annita contra o vírus. A cidade aderiu ao lockdown por 14 dias, além de medidas de distanciamento social, uso de máscara e álcool em gel.