Conhecido pelos seus pensamentos alinhados ao do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o deputado federal e secretário da Família e Justiça do Paraná, Ney Leprevost, se mostrou arrependido por seguir uma das recomendações do presidente contra a COVID-19: o tratamento precoce.
Além disso, o secretário, que também teve COVID, ficou 69 dias na UTI, e precisou retornar à unidade após sofrer de hepatite devido ao uso dos medicamentos ineficazes.
“Já acreditei no tratamento precoce. Mas depois do que aconteceu com meu pai, não tomo cloroquina nem que o Bolsonaro invada minha casa e aponte o revólver para minha cabeça”, disse Ney em março.
Advogado e vice-presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Luiz Antônio Leprevost, pai do secretário, estava internado na UTI do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, há cinco meses entre idas e vindas por causa de complicações da COVID-19.
Luiz Antônio era pai também do vereador curitibano Alexandre Leprevost (Solidariedade). Ele também deixou a mulher Jussara Leprevost, outros dois filhos e seis netos.
Luiz Antônio era pai também do vereador curitibano Alexandre Leprevost (Solidariedade). Ele também deixou a mulher Jussara Leprevost, outros dois filhos e seis netos.
Agradecemos aos milhares de amigos que ao longo deste dia tão difícil, nos apoiaram com carinhosas mensagens de solidariedade. Foi tanto amor, vindo dos mais variados lugares, que se fez impossível dizer individualmente o nosso %u201Cmuito obrigado%u201D a cada um de vocês. pic.twitter.com/CEDmEhVGNr
%u2014 Ney Leprevost (@neyleprevost) April 11, 2021
“Canalhas”
No último sábado (10/04), o presidente voltou a defender o tratamento precoce contra a COVID-19 e chamou quem critica a medida de "canalha".
"Tem muito médico que aplica o tratamento imediato, que é combatido por canalhas. Porque o canalha fala que não serve para nada, mas não aponta alternativa. Deixa o médico trabalhar. O médico tem liberdade para receitar o que ele achar que deve ser receitado com conhecimento e com concordância do paciente", disse.
Leia: Bolsonaro chama de canalha quem critica uso do 'tratamento precoce'
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Bolsonaro aconselhou ainda a quem não tiver remédios opcionais para indicar contra a doença "calar a boca" e deixar o médico trabalhar com as receitas "off label".
A declaração do presidente ocorreu durante visita a uma família em São Sebastião, após ter sido questionado por uma das moradoras a respeito das ações do governo contra a pandemia.
O tratamento
Medicações como cloroquina, ivermectina e nitazoxanida não possuem comprovação científica contra a COVID-19. A primeira, em março, teve o uso fortemente desaconselhado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).