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Estado de Minas ÁUDIO VAZADO

Bolsonaro 'tenta desviar o foco', afirma Marco Aurélio, do STF


12/04/2021 16:12

(foto: Nelson Jr./SCO/STF (11/02/2020))
(foto: Nelson Jr./SCO/STF (11/02/2020))
O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), classificou, nesta segunda-feira (12/4), como um "arroubo de retórica" e uma "tentativa de desviar o foco" as pressões do presidente Jair Bolsonaro, feitas durante telefonema com o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), para que o Senado dê encaminhamento a pedidos de impeachment contra magistrados da Corte. Em entrevista ao "Correio Braziliense", Marco Aurélio também expressou "muita preocupação com a fragilização das instituições pátrias".

Na conversa, entre outras declarações, Bolsonaro pressiona o parlamentar goiano a incluir governadores e prefeitos entre os alvos da CPI destinada, originalmente, a apurar as ações e omissões do governo federal na pandemia. O mandatário também orienta Kajuru a pedir que o STF determine que o Senado inicie a tramitação de pedidos de impeachment contra membros do tribunal. "Você tem de fazer do limão uma limonada. Tem de peticionar o Supremo para colocar em pauta o impeachment [de ministros da Corte]".

A gravação com trechos do diálogo foi divulgada por Kajuru no domingo (11/4), o que aprofundou ainda mais a crise entre o presidente da República e o STF. "Eu atribuo tudo a um arroubo de retórica e uma tentativa de desviar o foco. Não há por que fazer críticas ácidas ao Supremo, a integrantes do Supremo. A crítica construtiva é bem-vinda, mas esse tipo de crítica, sob o ângulo político, não. Atribuímos a arroubo de retórica, e me preocupa muito a fragilização das instituições pátrias", disse o ministro Marco Aurélio.

A CPI, cuja abertura foi solicitada em fevereiro pelo líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), deve ser instalada nesta terça-feira (13/4) pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em cumprimento à determinação do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, proferida na semana passada. Com a decisão, Barroso atendeu a uma petição dos senadores Kajuru e Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que argumentaram que todos os requisitos necessários para a instalação do colegiado estavam reunidos — fato determinado por pelo menos 27 assinaturas de senadores e tempo limitado de funcionamento.


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