Cinco anos após ter o mandato cassado por corrupção, o ex-presidente da Câmara dos Deputados e um dos maiores articuladores políticos da história da política brasileira Eduardo Cunha afirmou, nesta terça-feira (13/4), que apoiaria o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido), caso isso evitasse a volta do PT ao poder.
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As declarações foram feitas durante entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
O ex-deputado também afirmou que o ex-presidente Michel Temer (MDB) passou a trabalhar pelo afastamento de Dilma em agosto de 2015, mais de três meses antes da abertura do processo.
“No momento em que Temer se viu sabotado na articulação política, ele decidiu atuar pelo impeachment, tanto que saiu da articulação como sinalização de que não estava mais alinhado com o governo. Nesse momento, o impeachment era o seu objetivo”, conta Cunha.
Na última segunda-feira (12/4), Temer afirmou que Dilma tinha “honestidade extraordinária”.
Ao falar sobre o governo atual, Cunha afirmou que Bolsonaro “sofre uma perseguição implacável de quase a totalidade da mídia”. Para o ex-deputado, o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) articulou uma “sabotagem” ao governo.
Ao falar sobre as eleições de 2022, Cunha diz não enxergar uma terceira via nas eleições de 2022.
O impeachment de Dilma
Dilma foi destituída do posto em 31 de agosto de 2016 por meio de um processo de impeachment. O processo caracterizou-se por polêmica e divergência de opiniões no Parlamento e na sociedade.
O processo teve início em 2 de dezembro de 2015, quando o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha deu prosseguimento ao pedido dos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal.
Com uma duração de 273 dias, o caso se encerrou em 31 de agosto de 2016, tendo como resultado a cassação do mandato, mas sem a perda dos direitos políticos de Dilma.
No próximo sábado (17/4), Eduardo Cunha lança o livro "Tchau, Querida", em que ele promete fazer revelações bombásticas sobre o processo de impeachment.
No próximo sábado (17/4), Eduardo Cunha lança o livro "Tchau, Querida", em que ele promete fazer revelações bombásticas sobre o processo de impeachment.