Ao interagir com seus eleitores em frente ao Palácio da Alvorada, como de costume, o mandatário tentou contar a sua versão sobre a declaração feita por Kajuru de que Bolsonaro não teria recebido o presidente da Pfizer em agosto de 2020 para firmar contratos de importação de vacinas contra a COVID-19.
No momento em que o presidente falava, uma mulher que estava em chamada de vídeo com a mãe interrompeu Bolsonaro para que ele a cumprimentasse. Incomodado pelo comportamento da apoiadora, o mandatário se despediu dos eleitores sem completar o raciocínio.
"Só aproveitar um pouquinho o momento aqui. Eu sou acusado de quase tudo. Inclusive, ontem, aconteceu uma coisa muito bacana. Posso falar? O senador Kajuru falou que eu dei um chá de cadeira de 10 horas no presidente da Pfizer e falou que um ex-ministro ia...", disse o presidente, antes de deixar o local e seguir para o Palácio do Planalto.
"Em vez de dar força, criticam"
Antes de abordar o caso de Kajuru, Bolsonaro também se mostrou incomodado pelas críticas que vem recebendo pela situação da pandemia do novo coronavírus no país.
"O pessoal vem reclamando que acabou emprego. Quem fechou o comércio não fui eu, quem te obrigou a ficar em casa não fui eu. E eu faço a minha parte. Impressionante. O pessoal, em vez de dar força para mim, critica. Não sou ditador do Brasil", ponderou Bolsonaro.
Um homem que conversou com o presidente pediu que ele interviesse em estados e municípios para evitar a adoção de medidas restritivas, como fechamento do comércio e toque de recolher, por conta da pandemia.
Bolsonaro, contudo, disse que não pode fazer nada e desabafou mais uma vez. "Quem deu poderes para estados e municípios fazer o que estão fazendo, inclusive, ignorando a Constituição? Quem foi que deu esse poder? Quando indicavam ministro do Supremo (Tribunal Federal), ninguém falava nada. Quando indicavam autoridades para tudo quanto era lugar, ninguém falava nada. Agora, cobram tudo de mim".