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Estado de Minas POLÍTICA

'Quem o patife vai culpar pela inflação?', diz Bolsonaro, alusivo a Doria

Em conversa com apoiadores, presidente atribuiu alta no preço dos alimentos ao fechamento das atividades comerciais, citando várias vezes o estado de São Paulo


16/04/2021 14:28 - atualizado 16/04/2021 16:50

Bolsonaro disse ainda que comunidades indígenas de São Paulo estão na miséria 'graças àquela figura lá'(foto: Marcos Corrêa/PR)
Bolsonaro disse ainda que comunidades indígenas de São Paulo estão na miséria 'graças àquela figura lá' (foto: Marcos Corrêa/PR)
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou nesta sexta-feira (16/4), que os produtos alimentícios podem sofrer nova alta nos preços com a continuidade de medidas de restrições de combate à pandemia da COVID-19. Sem citar diretamente o nome de seu adversário político João Doria (PSDB), Bolsonaro questionou apoiadores sobre quem o governador de São Paulo culparia em caso de inflação. "Quem o patife vai culpar pela inflação?", disse.

Em conversa com simpatizantes no período da manhã, o chefe do Executivo federal disse ter se encontrado na quinta-feira com Ricardo Mello Araújo, presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).

Eles teriam conversado sobre a queda na plantação de hortaliças. O motivo seriam as medidas de fechamento adotadas por causa da pandemia.

"Estão deixando de plantar porque bares e restaurantes, o comércio (está) fechado em grande parte, e não tem saída (demanda). Quando voltarem a plantar, vai demorar algum tempo para voltar à normalidade. Para onde é que vai o preço? Vai lá para cima", disse o presidente.

"Quem o patife vai culpar pela inflação? Não vou falar quem é o patife aí. Já tivemos uma alta bastante robusta nos produtos alimentícios do ano passado para cá", afirmou.

Em outro momento, também sem citar Doria, Bolsonaro repetiu: "Quando voltar o consumo novamente, o preço da banana vai lá para cima, daí o patife vai dizer que a inflação é culpa minha. Não fala quem é o patife aqui não, tá. Se olhar no dicionário, até que não é tão pejorativo assim, não".

Segundo Bolsonaro, por causa de medidas de restrição, "produtos de primeira necessidade podem aumentar de preço".

Alta do dólar


A inflação de alimentos, contudo, tem relação com o preço alto do dólar ante ao real e aos volumes exportados.

Em março, a inflação oficial foi de 0,93%, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O valor foi puxado pelos aumentos nos preços dos combustíveis, enquanto os alimentos subiram menos no mês passado.

Além disso, de acordo com o 4º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado na quinta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os preços das principais hortaliças (alface, cenoura, batata, cebola e tomate), comercializadas no atacado, em março, registraram queda.

Na conversa com apoiadores, ainda ao comentar os efeitos do fechamento de estabelecimentos na economia, Bolsonaro também comentou que Mello Araújo estava em "missão" nesta sexta de envio de mantimentos para duas comunidades indígenas, localizadas a 100 quilômetros da capital do estado.

"Os índios viviam de artesanato. Graças àquela figura lá em São Paulo, esse pessoal está na miséria. Então, (Mello Araújo) está levando vários caminhões para lá levando mantimentos. O governador que devia fazer isso, já que ele quer fechar, ele devia fazer isso", disse.

Bolsonaro também voltou a dizer que a Ceagesp era alvo de corrupção e que agora "passou a ser referência" com a gestão de seu indicado.


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