Numa agenda frenética com lideranças evangélicas, o presidente Jair Bolsonaro trabalha para não perder apoio, nas igrejas, à reeleição em 2022. Nesta segunda-feira (19/4), ele reuniu-se com os pastores Silas Malafaia, presidente do Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos do Brasil (Cimeb), e Fábio Sousa, da Igreja Fonte da Vida.
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Ao contrário da Igreja Católica, os evangélicos não têm uma liderança única, muito menos entidade ou grupo em nível nacional com influência sobre todas as vertentes — há diversas subdivisões, muitos templos independentes, que não atuam em coligações ou associações.
As declarações de Bolsonaro contra o uso de máscaras, o distanciamento social e as demais medidas sanitárias são vistas como uma desvalorização da vida da população, o que desagrada a fiéis e pastores. Nos cultos, pastores e bispos têm destacado a importância do uso de álcool em gel e medição de temperatura, além de manter distância dentro e fora dos templos para evitar a propagação da doença.
O pastor Josimar Francisco da Silva, presidente do Conselho de Pastores Evangélicos do Distrito Federal (Copev), afirmou que a igreja tenta se manter longe da política.
“Os evangélicos oram muito por ele (Bolsonaro), não sei por quê. Quando houve essa mudança de governo, a igreja estava sendo muito perseguida pela esquerda… Nós tentamos manter distância da política”, frisou. “Não é pelo presidente que oramos, é pelo país, pela estabilidade. Já oramos pelo ex-presidente Lula, pelo Temer, que representam os rumos do Brasil.”
Ele destacou que Bolsonaro é a favor de pautas em comum com a igreja evangélica, mas que não existe apoio irrestrito. “Ele defende muito a liberdade religiosa, o que já é uma grande coisa, mas não estamos ligados à pessoa do Bolsonaro, mas, sim, à figura de presidente da República. Estamos tomando nossos cuidados, usando máscaras, independentemente do que o presidente diz”, assegurou. “Respeitamos os decretos dos estados e atuamos seja presencial seja a distância. A igreja é independente, apesar de muitos líderes serem próximos de políticos.”