Em meio à preocupação do governo com o desgaste político causado pela CPI da Covid, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, afirmou nesta terça-feira, 20, que o País "precisa estar unido contra qualquer tipo de iniciativa de desestabilização institucional que altere o equilíbrio entre os Poderes". Ele destacou que é preciso respeitar o processo democrático e a escolha da maioria dos brasileiros para "conduzir os destinos do País".
"O momento requer um maior esforço de união nacional, com foco no combate à pandemia e no apoio à vacinação. Hoje, o País precisa estar unido contra qualquer tipo de iniciativa de desestabilização institucional que altere o equilíbrio entre os Poderes e prejudique a prosperidade do Brasil", declarou o ministro no evento de troca de comando do Exército nesta terça-feira, 20, que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro.
"Enganam-se aqueles que acreditam estarmos sobre um terreno fértil para iniciativas que possam colocar em risco a liberdade conquistada por nossa nação. É preciso respeitar o rito democrático e o projeto escolhido pela maioria dos brasileiros para conduzir os destinos do País", disse ele.
Braga Netto reforçou que as Forças Armadas seguem prontas para garantir a liberdade e a democracia, além de estarem preparadas para sempre servir aos interesses nacionais. "Neste período de intensa comoção e incertezas que colocam à prova a maturidade, a independência e harmonia das instituições democráticas brasileiras, o Exército, a Marinha e Força Aérea mantêm o foco em suas missões constitucionais, permanecendo sempre atentas à conjuntura nacional."
O Exército foi a última Força a oficializar a troca em seu comando. Nos eventos de transmissão de cargo da Marinha e da Aeronáutica, Braga Netto também destacou a necessidade de independência entre os Poderes públicos, em meio aos trâmites para a instalação da CPI da Covid, que mira o governo federal e foi determinada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal.
No evento desta terça-feira, 20, foi oficializada a substituição de Edson Leal Pujol, demitido em 30 de março. A demissão de Pujol e de toda a cúpula militar ocorreu depois de divergências e recusa do general em apoiar posições políticas do presidente. Em sua despedida nesta terça, Pujol destacou ações da sua gestão e fez agradecimentos com destaque para o vice-presidente Hamilton Mourão e o agora ex-ministro Fernando Azevedo. Nesta segunda-feira, 19, em seu último evento público como comandante, Pujol citou a "imparcialidade" da Força durante a cerimônia do Dia do Exército com a participação de Bolsonaro.
Novo comandante escolhido, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira não discursou na cerimônia. Ele foi o terceiro na lista de antiguidade e, ao escolhê-lo, Bolsonaro quebrou a tradição de optar pelo oficial mais antigo para comandar a tropa - algo que a ex-presidente Dilma Rousseff também fez em sua gestão. Antes de assumir o comando da Força Terrestre, Paulo Sérgio ocupava o cargo de chefe do Departamento Geral de Pessoal do Exército.
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