O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez comparações inusitadas com uma possível água de coco injetada na veia de soldados durante a Guerra do Pacífico, no século 19, para defender o tratamento precoce contra o coronavírus, que não é comprovado cientificamente.
“Lá atrás, na guerra do Pacífico, o cara chegava sem sangue, ferido, e não tinha quem fizesse a transfusão. A negada metia água de coco na veia do soldado. Deu certo para muita gente. Tinha comprovação científica? Não. Por que não se pode falar em remédio?”, afirmou o presidente, durante transmissão ao vivo nesta quinta-feira (22/4).
O presidente fez referência às campanhas do outubro rosa e do novembro azul para falar sobre o tratamento sem comprovação. Ele não citou os medicamentos cloroquina, ivermectina e azitromicina, usados no tratamento precoce, e alfinetou o ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta.
“O que é o outubro rosa? É relativo ao câncer de mama, no qual mulheres se submetem ao exame para ver se tem algum problema e vai para o tratamento imediatamente. O que é o novembro azul? Uma vez descoberto o câncer de próstata, o homem vai para o tratamento rápido. Por que o cara da COVID-19 você tem de ir para casa e ficar com o protocolo Mandetta, com falta de ar, e ir para o hospital. Para quê? Ser intubado”, afirmou o presidente, que esteve ao lado de Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações.
“É um crime que faz no Brasil. É uma patifaria no tocante ao COVID-19. O que interessa é morrer gente”, completou Bolsonaro.
Bolsonaro não citou diretamente o termo tratamento precoce nem mesmo os medicamentos por causa da nova política do YouTube e do Facebook de apagar as postagens relacionadas ao tema. O presidente falou sobre o assunto de forma indireta nesta noite.