A conversa consistiu na preocupação do presidente da República com a instalação da CPI. Alguns parlamentares estão resistentes com a indicação do nome do senador Renan Calheiros, como é o caso de Flávio Bolsonaro, que questionou o fato de Renan ter um filho governador.
"Eu mesmo não batalhei para integrar a CPI, porque sou filho do presidente e, óbvio, não teria posição isenta na comissão. É claro que eu iria querer defender o governo. Da mesma forma, Renan e Jader (Barbalho) vão olhar para os estados deles e, caso haja suspeita de irregularidades, como atuariam?", questionou o senador em entrevista ao jornal O Globo.
Outra parlamentar que é contra a nomeação de Renan Calheiros é a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), que anunciou, pelo Twitter, que entrou com uma ação na Justiça federal do Distrito Federal para impedir que o senador assuma a relatoria.
"Acabamos de ingressar com ação na Justiça para barrar @renancalheiros na relatoria da CPI. A presença de alguém com 43 processos e 6 inquéritos no STF evidentemente fere o princípio da moralidade administrativa. Outros parlamentares também ingressarão com ações", escreveu a deputada Carla Zambelli em sua conta no Twitter.
Início dos trabalhos da CPI
A CPI da COVID iniciará seus trabalhos na terça-feira (27), com uma reunião restrita para eleger o presidente e vice-presidente.
A CPI tem como objetivo apurar como foi feita a aplicação de recursos federais dos estados e municípios na pandemia, assim como iniciar uma investigação das ações e omissões do governo federal.
“Teremos a eleição do presidente e do relator. O relator vai fazer o plano de trabalho e os senadores que participam da comissão vão contribuir com esse plano. Tenho uma tese que vamos trabalhar em torno da questão que promoveu o aumento da pandemia, que foi a imunidade de rebanho defendida pelo Bolsonaro, Osmar Terra e por todos os assessores. Todas as iniciativas de combate à pandemia ou foram do Congresso ou dos governadores e prefeitos. Esse é um caminho que estará na CPI”, disse Rogério Carvalho (PT-SE), suplente da CPI.
Os nomes que vão entrar na disputa para a presidência são os do senador Omar Aziz (PSD-AM), para a presidência, e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), para vice.
Apesar de a maioria dos membros da CPI declararem apoio a Omar e Randolfe, o senador Eduardo Girão (Pode-CE) entrou na disputa.
O nome mais indicado para a relatoria é o do senador Renan Calheiros (MDB-AL).
* Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer