Diálogos transcritos de grampos telefônicos sugerem que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi contactado por milicianos cúmplices do ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Adriano da Nóbrega. O militar era chefe da milícia do Escritório do Crime e foi morto em confronto com a Polícia Militar baiana em fevereiro de 2020.
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Bolsonaro gera aglomeração em visita a Ceilândia, no DF, neste sábado Quebra de sigilos de Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas faz dois anosBolsonaro vai à Bahia na segunda-feira inaugurar 26 km de estrada duplicadaBolsonaro bomba nas redes sociais com gíria de grupo de extermínioMarco Aurélio envia ao plenário ação que aponta omissão de Bolsonaro na pandemiaNele, os cúmplices do ex-capitão fizeram contato com “Jair”, “HNI (PRESIDENTE)” e “cara da casa de vidro”, logo após a morte do miliciano. Segundo fontes do Ministério Público do Rio de Janeiro, ouvidas em anonimato, o conjunto de circunstâncias permite concluir que os nomes são referências a Bolsonaro. “O cara da casa de vidro” seria uma referência aos palácios do Planalto, sede do Executivo federal, e da Alvorada, a residência oficial do presidente, ambos com fachada inteiramente de vidro.
No entanto, o Ministério Público Estadual não tem autorização para investigar o presidente da República. Neste caso, o órgão tem a obrigação constitucional de encerrar a investigação e encaminhar o processo à Procuradoria Geral da República, que tem esse poder. A reportagem do Intercept questionou a PRG, que informou não ter resultados para o número do processo indicado.