O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e outras 17 pessoas foram denunciadas pela Procuradoria Geral da República (PGR) nesta segunda-feira (26/4) por crimes cometidos durante a pandemia do coronavírus. A principal irregularidade se refere à compra de respiradores para pacientes internados nos hospitais do estado.
De acordo com a denúncia feita ao Superior Tribunal de Justiça (STF), a investigação começou no ano passado, depois que 28 aparelhos foram de uma loja de vinhos. A operação já teve três fases de medidas como busca e apreensão autorizadas pelo ministro Francisco Falcão, relator do caso no STJ.
"Foi instalada uma verdadeira organização criminosa que tinha por propósito a prática de crimes contra a Administração Pública, especialmente a partir do direcionamento de contratações de insumos para enfrentamento da pandemia, sendo certo que, em pelo menos uma aquisição, o intento se concretizou”, afirma a denúncia assinada pela subprocuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo. O relator da denúncia no STJ é o ministro Francisco Falcão.
Além do governador do Amazonas, a PGR também denunciou o vice-governador Carlos Almeida (PTB), o secretário-chefe da Casa Civil, Flávio Antony Filho, o ex-secretário de Saúde Rodrigo Tobias e outras 15 pessoas, entre servidores públicos e empresários.
Os investigadores juntaram documentos, depoimentos e trocas de mensagem para embasar a denúncia apresentada hoje ao STJ.
Wilson Lima e um servidor do governo do Amazonas também são acusados pela PGR de atrapalhar as investigações por meio da adulteração de documentos.
Na denúncia, a PGR pede os servidores percam seus cargos e sejam condenados, inclusive o governador, a pagar R$ 191.852,80 por danos morais coletivos.