Após reunião por videoconferência com ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), na manhã desta terça-feira (27/4), o presidente Jair Bolsonaro teceu comentários homofóbicos a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada. O mandatário lembrou episódio de 2018 no qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva compareceu a um evento em São Paulo, onde assistiu a uma performance teatral de um beijo gay. O chefe do Executivo caracterizou a imagem como sendo "dantesca".
"Num evento, estava o Lula, a Dilma (Rousseff), o (Fernando) Haddad atrás, Celso Amorim, e dois homens se beijando. Mas de língua, parecia aqueles casais apaixonados do Titanic, né. Uma coisa inacreditável. Cada um vá fazer amor, ser feliz como bem entender. Agora, aquela cena, um presidente da República sorrindo, de deboche, como se fosse a coisa mais linda do mundo. Repito, cada um vai ser feliz como bem entender entre quatro paredes na sua intimidade aí. Agora, publicamente?", questionou.
Na imagem, no entanto, ao lado de Lula, estava a presidente da sigla, Gleisi Hoffman. Dilma e Haddad não aparecem nas fotos divulgadas.
"Nem um casal hétero pega bem fazer isso daí. A gente não faz isso. Tem gente que é casado, foi casado. Eu sou casado. Jamais faria isso em público, quem dirá... Mesmo quando conheci a dona Michelle. Agora, o que acontece lá dentro do Alvorada, isso aí, não interessa para ninguém. Então, esse é o tipo que nós tínhamos de pessoas que acabavam estimulando e dizendo que aquilo tinha que ser seguido em sala de aula. Ideologia de gênero", acrescentou.
Bolsonaro lembrou ocasião na qual levou um livro ao Jornal Nacional enquanto ainda era candidato à Presidência, afirmando que o exemplar fazia parte do "kit gay" entregue nas escolas. O título, porém, nunca foi comprado pelo Ministério da Educação (MEC).
"Tem um livro que eu mostrei, onde o livro tem lá, o menino tem um lugar para você botar o dedo no furinho e mexer com o livro. É inacreditável isso daí. Essas pessoas que tiveram 14 anos, o Haddad teve 12, mas foram 14 anos de PT no Brasil. Agora um dos maiores bandidos da história do Brasil vem querer vir como o salvador da Pátria falar em fome, tá? Um país que não investe em educação é um país que vai estar sempre escravizado por outros. Um país onde o povo tem uma melhor educação, uma melhor instrução é um país que vai viver melhor", observou.
"Um tal de Paulo Freire"
O mandatário relatou ainda que "tem criança que até pela forma de se vestir, a gente vê que o futuro deles não vai ser fácil". Ele voltou a criticar Paulo Freire, patrono da educação no país e caracterizou que seu método de ensino era a "doutrinação".
"A educação há muito tempo não foi boa no Brasil, no nosso tempo era boa. Escola pública era uma coisa excepcional. Não estou culpando os professoras, não, deixar bem claro isso daí. Era diferente. Naquela época existia disciplina, hierarquia. Hoje em dia, a escola pública perdeu muito com a doutrinação. Um tal de Paulo Freire. E não é fácil recuperar isso aí, redirecionar a educação no Brasil. Passou a garoto ter é direitos, só direitos. Não tem dever mais. Vai tomar o celular de um garoto em sala de aula? Vai ter problema com a Justiça. Agora quem perde? É uma geração que perde. Alguns querem que a gente resolva imediatamente, não dá para resolver, não dá. Fazemos o possível", emendou.
Por fim, Bolsonaro destacou que em seu mandato, "a sexualização nas escolas praticamente zerou". "Você não vê mais aquela doutrinação. Aquela sexualização na escola praticamente zerou no nosso governo. Ninguém quer o filho dele, com 6, 7 anos de idade, envolvido com sexo. Ninguém quer isso. Agora, a esquerdalha que estava aí. Quem foi um dos últimos ministros da Educação que ficou 12 anos lá dentro? Foi o tal do Haddad. As barbaridades que ele deixou de herança para nós", concluiu.