O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), destacou, na manhã desta quarta-feira (28/04), o trabalho da Controladoria-Geral do Estado (CGE). Atualmente, o órgão fiscalizador está empenhado em investigar possíveis descumprimentos da ordem da vacinação contra a COVID-19 entre servidores estaduais.
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“As investigações preliminares apontam que há indícios de irregularidades, como a inobservância de normas e da ordem de priorização dos grupos para vacinação, do valimento indevido do cargo público e da aplicação indevida de verbas públicas para os imunizantes da Covid-19, que justificam a instauração de processos administrativos disciplinares (PAD) contra três servidores da Ses”, diz trecho de comunicado da CGE, que também informou que a apuração segue.
A princípio, foram vacinados 500 funcionários que atuam na Cidade Administrativa, sede do governo de Minas. Alguns deles, contudo, estavam em regime de teletrabalho, o que levantou suspeitas sobre a prioridade dessa imunização.
Depois, uma lista com 806 nomes de pessoas vacinadas foi entregue pelo Executivo à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O deputado estadual Agostinho Patrus (PV), presidente da Casa, não reconheceu a legitimidade do documento e pediu nova relação, que conta com 828 nomes após a retificação. Posteriormente, uma nova lista com nomes de mais 1.852 servidores da Secretaria de Estado de Saúde (SES) vacinados contra a COVID-19 foi entregue pelo governo à ALMG.
Com o escândalo anunciado, Zema oficializou, em 13 de março, uma troca na SES. Carlos Eduardo Amaral foi exonerado e deu lugar a Fábio Baccheretti, que segue no posto até hoje. Outras demissões também aconteceram por causa dessa questão, algumas até já depois da posse de Baccheretti.
As mais recentes ocorreram na última sexta-feira (23/04). João Márcio Silva de Pinho, chefe de gabinete desde a gestão de Amaral, e Everton Luiz de Souza, chefe da assessoria de Comunicação nomeado por Baccheretti, foram exonerados após indícios de interferência nas investigações.
Áudios mostram que eles negociavam colocar alguns servidores em home office no trabalho presencial, como modo de justificar a imunização. A ALMG investiga o caso por meio de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).