Ex-chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Saúde (Ses) de Minas Gerais, João Márcio da Silva de Pinho, teve adiado o depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que investiga possíveis 'fura-filas' da vacinação contra a COVID-19 no governo de Minas. Ele iria depor na manhã desta quinta-feira (29/04), mas teve reagendado para a próxima segunda-feira (03/05), a partir das 14h.
Leia Mais
Fura-fila da vacina: Zema diz que CGE tem total autonomia para investigar Fura-fila: Zema confirma demissão de suspeitos de obstrução de investigaçãoServidores da SES-MG deixaram home office para enganar CPI do 'fura-fila'cpiFURAFILAServidores foram vacinados após ato em Confins para evitar perda de dosesCPI dos 'fura-filas' na vacinação em MG caminha para o fim com alto escalãoCPI da COVID: dados apontam que governo orientou requerimentos de aliadosFeliciano compara CPI da COVID a câmara de gás e revolta judeusProjeto que renegocia dívidas de empresas tem primeira aprovação na ALMGEx-secretário Carlos Eduardo Amaral tem data marcada para depor em CPIEx-assessor da Saúde deverá apresentar nomes de participantes de reuniãoCPI da COVID: Mandetta, Teich e Pazzuello são convocados a deporJoão Pinho vai depor na condição de investigado, assim como Everton. Isso porque ambos participaram de reunião em que a mudança de servidores em teletrabalho para o trabalho presencial foi proposta. O fato veio a público após o vazamento de um áudio de conversação entre os dois servidores. A troca foi pensada para proteger os profissionais das investigações feitas por Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e ALMG.
Em março deste ano, a princípio, foram vacinados 500 funcionários que atuam na Cidade Administrativa, sede do governo de Minas. Alguns deles, contudo, estavam em regime de teletrabalho, o que levantou suspeitas sobre a prioridade dessa imunização.
Depois, uma lista com 806 nomes de pessoas vacinadas foi entregue pelo Executivo à ALMG. O deputado estadual Agostinho Patrus (PV), presidente da Casa, não reconheceu a legitimidade do documento e pediu nova relação, que conta com 828 nomes após a retificação. Posteriormente, uma nova lista com nomes de mais 1.852 servidores da Ses vacinados contra a COVID-19 foi entregue pelo governo à ALMG.
Com o escândalo anunciado, Zema oficializou, em 13 de março, uma troca na Ses. Carlos Eduardo Amaral foi exonerado e deu lugar a Fábio Baccheretti, que segue no posto. Outras demissões também aconteceram por causa dessa questão, algumas até já depois da posse de Baccheretti.
As mais recentes ocorreram na última sexta-feira (23/04). João Márcio Silva de Pinho, chefe de gabinete desde a gestão de Amaral, e Everton Luiz de Souza, chefe da assessoria de Comunicação nomeado por Baccheretti, foram exonerados após indícios de interferência nas investigações.