Jornal Estado de Minas

ALMG

CPI dos 'fura-filas': ex-chefe de gabinete tem depoimento remarcado

Ex-chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Saúde (Ses) de Minas Gerais, João Márcio da Silva de Pinho, teve adiado o depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que investiga possíveis 'fura-filas' da vacinação contra a COVID-19 no governo de Minas. Ele iria depor na manhã desta quinta-feira (29/04), mas teve reagendado para a próxima segunda-feira (03/05), a partir das 14h.





O ex-chefe de gabinete da Saúde, exonerado na última sexta-feira (23/04), pediu mais tempo à presidência para analisar a documentação produzida pela CPI. Ele prestaria depoimento nesta quinta junto de Everton Luiz Lemos de Souza, ex-chefe da Assessoria de Comunicação e demitido do governo no mesmo dia de João Pinho.

João Pinho vai depor na condição de investigado, assim como Everton. Isso porque ambos participaram de reunião em que a mudança de servidores em teletrabalho para o trabalho presencial foi proposta. O fato veio a público após o vazamento de um áudio de conversação entre os dois servidores. A troca foi pensada para proteger os profissionais das investigações feitas por Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e ALMG.

Em março deste ano, a princípio, foram vacinados 500 funcionários que atuam na Cidade Administrativa, sede do governo de Minas. Alguns deles, contudo, estavam em regime de teletrabalho, o que levantou suspeitas sobre a prioridade dessa imunização.





Depois, uma lista com 806 nomes de pessoas vacinadas foi entregue pelo Executivo à ALMG. O deputado estadual Agostinho Patrus (PV), presidente da Casa, não reconheceu a legitimidade do documento e pediu nova relação, que conta com 828 nomes após a retificação. Posteriormente, uma nova lista com nomes de mais 1.852 servidores da Ses vacinados contra a COVID-19 foi entregue pelo governo à ALMG.

Com o escândalo anunciado, Zema oficializou, em 13 de março, uma troca na Ses. Carlos Eduardo Amaral foi exonerado e deu lugar a Fábio Baccheretti, que segue no posto. Outras demissões também aconteceram por causa dessa questão, algumas até já depois da posse de Baccheretti.

As mais recentes ocorreram na última sexta-feira (23/04). João Márcio Silva de Pinho, chefe de gabinete desde a gestão de Amaral, e Everton Luiz de Souza, chefe da assessoria de Comunicação nomeado por Baccheretti, foram exonerados após indícios de interferência nas investigações.

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