O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a Brasília na tarde desta segunda-feira (3/5) para uma semana cheia de compromissos com políticos de diversas legendas. Esta é a primeira viagem política de Lula após o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmar, em plenário, a anulação de quatro sentenças contra o petista no âmbito da Lava-Jato — do triplex do Guarujá, do sítio de Atibaia e duas relacionadas ao Instituto Lula. Após decisão, o ex-presidente voltou a ser elegível e é um dos nomes cogitados para a disputa do pleito no ano que vem
No Congresso, aliados pouco falam sobre a agenda do ex-presidente, que tampouco é divulgada pela assessoria do petista. O que se sabe é que Lula está buscando conversas com legendas de centro, e vai aproveitar o tempo para se reunir com parlamentares dessa ala, de olho nas eleições de 2022. Ele tem uma reunião marcada com a bancada do PT no Senado nesta terça-feira (4), às 14h.
Os nomes que participarão de reuniões não foram divulgados oficialmente, mas constava no plano original um encontro com o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID-19, senador Renan Calheiros (MDB-AL), opositor ao presidente da República, Jair Bolsonaro. Porém, temendo a repercussão negativa, Calheiros teria recusado o convite. Também não há previsão de encontros com o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), crítico de Bolsonaro.
Em entrevista à CNN Brasil no início da tarde desta segunda-feira, o senador Humberto Costa (PT-PE) revelou que Lula deve se encontrar com embaixadores para falar sobre vacinas. "Pelo que sei, ele terá muitos encontros políticos com senadores, com deputados. Deverá conversar também com ex-presidentes, vai conversar também com embaixadores, numa ação no sentido de tentar ajudar no enfrentamento dessa pandemia, particularmente no tema das vacinas", disse.
A assessoria de Lula, no entanto, diz que nenhum ex-presidente está na lista de encontros para os próximos dias. Sobre o encontro com Renan Calheiros, o senador afirmou que não há, até onde sabe, previsão de conversas para falar sobre a CPI da COVID
"Primeiro porque não cabe ao presidente (Lula) fazer isso. Até mesmo essa informação relativa ao senador Renan é verdadeira. O próprio presidente também considerou que não ficaria bem, poderia gerar muita especulação se houvesse um encontro neste momento com o senador Renan, de modo que esse encontro será adiado para um outro momento", pontuou.
Ele comentou, ainda, que o PT está satisfeito com a estratégia de ação na CPI até o momento. "A nossa bancada, pelo que eu tenho sentido até agora — tenho sido chamado para reuniões partidárias, participei de mais de um encontro com o próprio presidente Lula —, me parece que o partido está satisfeito com nossa estratégia de ação, com o que nós vamos fazer. Vamos ver se na prática vamos corresponder essa expectativa".