Em depoimento à CPI da COVID, o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, afirmou nesta terça-feira, 11, que as declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a CoronaVac são parte de uma "verdadeira guerra política" que se instaurou no Brasil, que não são ajudam no enfrentando à pandemia.
Leia Mais
Na CPI, Barra Torres diz que não tratou de vacina da Pfizer com WajngartenCPI: requerimentos de governistas podem trazer problemas a BolsonaroNa Câmara, Guedes é pressionado sobre 'tratoraço' e ataca governos anterioresBarra Torres confirma tentativa no Planalto de alterar bula da cloroquina"Entendo que não ajuda, e coloco esse tipo de declaração no contexto de uma verdadeira guerra política que se instaurou em tema que deveria ficar eminentemente na área da ciência", respondeu Barra Torres ao ser questionado sobre a ocasião em que Bolsonaro ironizou a taxa de eficácia da vacina chinesa.
Apesar do tom crítico sobre as falas do presidente, Barra Torres afirmou à CPI que Bolsonaro tem mantido uma "conduta ética" na relação com ele, e que não há "nenhum tipo de pressão" por parte do chefe do Executivo. "Nunca fez nenhum tipo de pressão, e se o fizesse - não só presidente, como qualquer governador, senador, deputado - minha conduta, se eu ficar tergiversando para lá e para cá, não tem linha, vira uma sinuosa", afirmou.
O presidente da Anvisa disse ainda que a "maior pressão" que o órgão sofre advém das mais de 400 mil mortes registradas no Brasil pelo coronavírus. "Pressões outras, que não do motivo básico, dificultam o processo.
A minha agenda tem 'n' setores que solicitam a reunião, e a gente vê de fato quem é produtor e quem é lobista. Pessoas que tentam fazer lobby a gente recebe e depois começa a dar efetivamente a prioridade que tem que ter, que no meu modo de ver, é baixa. Para o lobby, não vejo necessidade", disse.