O Ministério da Economia editou uma portaria que altera as regras para a aplicação do limite remuneratório. A medida foi publicada no final do mês passado. Com isso, os ganhos nos salários do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), do vice-presidente Hamilton Mourão, do ministro da Casa Civil, Eduardo Ramos, e do ministro da Defesa, Braga Netto, por exemplo, poderão ter um aumento de até 69%. Os ordenados podem chegar a R$ 66 mil. O teto constitucional atual dos salários é de R$ 39,2 mil.
Segundo informações da "Folha de S. Paulo", entre os beneficiados com a nova portaria que terá efeito na folha de pagamento de junho, Bolsonaro deverá ter um aumento mais modesto, de 6%. O chefe do Executivo recebe R$ 30,9 mil de salário e mais R$ 10,7 mil em outros benefícios, mas sofre um corte de R$ 2,3 mil para obedecer ao teto. O pagamento atingirá R$ 41,6 mil.
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Com corpo fora de veículo, Bolsonaro rebate protestos com 'gestos de roubo'AGU apresenta habeas corpus ao STF para Pazuello ficar em silêncio na CPICarlos Bolsonaro sobre presença em reunião da Pfizer: 'Tranquilíssimo'Bolsonaro: 'A CPI está ajudando a gente politicamente'Bolsonaro sobre voto impresso: 'A mãe é a Bia Kicis e o pai, Arthur Lira'O ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, terá o maior reajuste. Com a incorporação do desconto mensal de R$ 27 mil, o salário vai para R$ 66,4 mil, significando um acréscimo de 69%.
O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, terá aumento de R$ 22,8 mil, totalizando R$ 62 mil mensais e aumento de 58%.
O salário do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, deverá passara a R$ 63 mil, com o acréscimos de 60%. Um grupo de mil pessoas também será beneficiado com a medida.
Segundo o ministério, a portaria foi feita com base no entendimento da Advocacia-Geral da União (AGU) de dezembro do ano passado, e terá impacto de R$ 181,32 milhões neste ano.
"Não é ético"
Em entrevista ao "Uol" na quarta-feira (12), o general Mourão afirmou que "não é ético" receber acima do teto e que apesar da legalidade da medida, não é correta "no momento" atual do país. "Sabe o que eu vou fazer? Não sei se eu doo para uma instituição, doo para o meu partido. Vou pensar no que eu vou fazer. Estou pensando. Quando eu receber... Por enquanto, ainda não pingou nada na minha conta", declarou ao portal.
A reportagem tentou contato com o Palácio do Planalto para comentar a medida, mas não obteve retorno até o momento.