Jornal Estado de Minas

CPI DA COVID

Em janeiro, governo chamou oferta da Pfizer de 'conquista de marketing'

Na noite dessa quarta-feira (12/5), um avião com 628 mil doses de vacina da Pfizer/BioNtech compradas pelo governo brasileiro chegou ao Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Foi o terceiro lote de um contrato que prevê 100 milhões de imunizantes para o Brasil. 





Apesar da compra e do grande volume desse lote, o governo Bolsonaro rejeitou várias propostas da farmacêutica no ano passado. Além disso, em nota divulgada no perfil oficial do Twitter, o Ministério da Saúde e o governo do Brasil ironizaram a intenção da empresa. 

Conforme o presidente regional da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, os primeiros contatos com todos os países, para venda das vacinas, ocorreram no mesmo momento, entre maio e junho de 2020.

Ao longo do ano passado, a empresa tentou, sem sucesso, fechar  contratos com o Brasil e até enviou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a outras autoridades politicas. 

Leia mais: CPI da COVID: Pfizer começou a negociar com Brasil em maio de 2020

"Nossa oferta de 26 de agosto, como era vinculante, e como estávamos nesse processo com todos os governos (de outros países) tinha validade de 15 dias. Passados esses 15 dias, o governo do Brasil não rejeitou, mas tampouco aceitou", contou Murillo, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, nesta quinta-feira (13/5).




 
O presidente da Pfizer revelou à CPI que a empresa voltou a oferecer as vacinas para o Brasil em novembro, porém também não foram aceitas. 


Era de conhecimento público que o governo federal estava com dificuldades de negociar com a farmacêutica, como revelado pela Pfizer em 7 de janeiro deste ano.

Com uma nota, a empresa disse que ofereceu ao governo brasileiro comprar um lote de 70 milhões de doses da vacina e tentou contato, sem êxito novamente. 

O lado do governo federal


No mesmo mês, no dia 23, o governo federal respondeu à carta no Twitter oficial.

“O Governo Federal/Ministério da Saúde informa que recebeu, sim, a carta do CEO da Pfizer, assim como reuniu-se várias vezes com os seus representantes”, diz o primeiro tuíte de uma sequência de três publicações que terminam com o link da nota oficial. 





“Porém, apesar de todo o poder midiático promovido pelo laboratório, as doses iniciais oferecidas ao Brasil seriam mais uma conquista de marketing, branding e growth para a produtora de vacina, como já vem acontecendo em outros países”, apontava a publicação.

“Já para o Brasil, causaria frustração em todos os brasileiros, pois teríamos, com poucas doses, que escolher, num país continental com mais de 212 milhões de habitantes, quem seriam os eleitos a receberem a vacina”, finaliza o fio.

Além de afirmar que estava negociando com outras empresas de vacina na época, a nota também diz que “em nenhum momento, o Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde fechou as portas para a Pfizer” e citou dificuldades de transporte e armazenamento da vacina.

Leia a nota oficial completa neste link

Veja a publicação: 



*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina




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