O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), morreu neste domingo (16/5), no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista. Ele estava internado desde 2 de maio passado. O político foi diagnosticado com câncer no sistema digestivo em 2019. De lá para cá, houve metástase e a doença se espalhou por fígado e ossos.
Familiares e amigos de Covas permaneceram no hospital desde que os médicos informaram que seu quadro de saúde era irreversível.
Na noite de sexta (14/05), um padre chegou a fazer a unção dos enfermos, um sacramento católico. Durante a noite de sábado (15/05 representantes de diversas religiões participaram do ato ecumênico na porta do hospital, que durou 30 minutos e terminou com a oração Pai Nosso.
Última internação
Na última internação, Covas, que tinha 41 anos, chegou à casa de saúde com anemia. Durante uma endoscopia, médicos detectaram hemorragia estomacal. Ele ficou em uma unidade de terapia intensiva (UTI). Depois, foi encaminhado a um leito de menor complexidade.
No início deste mês, o tucano pediu licença da Prefeitura de São Paulo por 30 dias. Ele tomou a decisão por causa de efeitos colaterais advindos do tratamento contra o câncer.
O vice, Ricardo Nunes (MDB), assumiu.
Bruno Covas descobriu o câncer na transição entre estômago e esôfago em outubro de 2019, quando estava no comando do poder Executivo paulistano havia pouco mais de um ano.
Eleito na chapa do correligionário João Doria, foi alçado ao posto de prefeito quando o colega resolveu se candidatar ao governo do estado de São Paulo.
Foi reeleito no ano passado, enquanto se tratava da doença. Ele chegou ao segundo turno e venceu Guilherme Boulos, do PSOL, por 59,38% a 40,62% dos votos válidos.
Histórico de saúde
O diagnóstico do câncer ocorreu após Covas iniciar tratamento de eripsela, uma infecção na pele. Com a descoberta, ele foi submetido a sessões de quimioterapia.
Em fevereiro do ano passado, ele passou a fazer imunoterapia.
Neste ano, após o câncer chegar a fígado e ossos, o ciclo de procedimentos para fortalecer o sistema imunológico precisou ser interrompido.
A quimioterapia foi retomada, mas por pouco tempo, visto que os planos foram frustrados pelo sangramento digestivo.
Mesmo do hospital, o prefeito não deixou de atualizar as redes sociais com notícias de seu quadro clínico. Na quinta-feira (13), publicou foto ao lado do vice-governador paulista, Rodrigo Garcia, que deixou o DEM para se filiar ao PSDB.
Outras figuras da política local, como João Doria e o presidente da Câmara Municipal paulistana, Milton Leite (DEM), fizeram visitas a Covas no Sírio-Libanês.
Bruno Covas Lopes, seu nome de batismo, era divorciado. Ele deixa o filho, Tomás, de 15 anos.
Trajetória política
Advogado e economista, Bruno Covas é neto de Mário Covas, que governou São Paulo entre 1995 e 2001. De 2007 a 2014, foi deputado estadual. Entre 2015 e 2016, esteve no Congresso Nacional, como deputado federal.
Deixou o Legislativo no ano seguinte, quando compôs chapa com João Doria. A dupla foi eleita no primeiro turno daquela eleição.
No ano passado, contou com o apoio de diversos partidos. A coligação encabeçada pelo PSDB paulistano teve, além do MDB, a participação de Podemos, PSC, PL, Cidadania, DEM, PTC, PV, PP e Pros.