CPI: senador pede quebra de sigilo de Carlos Bolsonaro, Filipe Martins e Pazuello
“Querem mudar o foco, sempre com suas narrativas descabidas, para que esqueçamos a questão que todos querem saber! Sabem quando vou parar? Nunca!”, tuitou nesta terça-feira (18/5).
O post foi acompanhado de um vídeo que indaga sobre a destinação da verba do Governo Federal aos estados e municípios. “Aonde foram parar os bilhões de reais enviados pelo Governo Federal a estados e municípios para o combate ao COVID-19?”, pergunta.
Senadores da oposição querem que Carlos Bolsonaro seja ouvido na CPI
Insatisfação
Diariamente, Carlos Bolsonaro se mostra descontente com as críticas por suas recorrentes participações em reuniões ligadas ao governo federal.
Na última quinta-feira (13/5), o representante da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, disse que o Carlos Bolsonaro participou de reunião em que a possível aquisição de vacinas antiCOVID-19 foi tratada.
Após a revelação, internautas passaram a questionar a presença de um vereador no encontro — de responsabilidade de figuras que compõem formalmente o governo federal. Pelas redes sociais, o filho “02” do presidente rebateu.
“A todo custo tentam impedir um filho de ficar próximo do pai. Por que se sentem tão incomodados? Sei que existem pessoas que não gostam dos seus e outros 'forçam' você a não gostar do seu”, ironizou. “Jamais me impedirão de ficar ao lado do meu velho, mesmo que por pouco tempo atualmente”, exclamou o parlamentar.
Carlos Bolsonaro relembra quando Bruno Covas ironizou facada no presidente
Segundo Murillo, Carlos Bolsonaro apareceu em um encontro que teve a participação de Fábio Wajngarten, ex-secretário Especial de Comunicação.
“Após, aproximadamente, uma hora de reunião, Fábio (Wajngarten) recebe uma ligação, sai da sala, e retorna para a reunião. Minutos depois, entram na sala de reunião Filipe Garcia Martins e Carlos Bolsonaro. Fabio explicou a Filipe Garcia Martins e a Carlos Bolsonaro os esclarecimentos prestados pela Pfizer até então na reunião. Carlos ficou brevemente na reunião e saiu da sala. Filipe Garcia Martins ainda permaneceu na reunião”, falou, aos senadores.
Palavrões após citação em CPI
Segundo o jornalista Vicente Nunes, do Correio Braziliense, Carlos Bolsonaro se enfureceu ao ouvir seu nome ser citado durante a oitiva de Murillo. Ele soltou uma série de palavrões, garantem interlocutores próximos ao vereador.O herdeiro do presidente já havia sido acusado pelo ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, de participar de um gabinete paralelo no governo para tratar da COVID-19, inclusive, vacinas.
O que é uma CPI?
O que a CPI da COVID investiga?
Saiba como funciona uma CPI
O que a CPI pode fazer?
- chamar testemunhas para oitivas, com o compromisso de dizer a verdade
- convocar suspeitos para prestar depoimentos (há direito ao silêncio)
- executar prisões em caso de flagrante
- solicitar documentos e informações a órgãos ligados à administração pública
- convocar autoridades, como ministros de Estado — ou secretários, no caso de CPIs estaduais — para depor
- ir a qualquer ponto do país — ou do estado, no caso de CPIs criadas por assembleias legislativas — para audiências e diligências
- quebrar sigilos fiscais, bancários e de dados se houver fundamentação
- solicitar a colaboração de servidores de outros poderes
- elaborar relatório final contendo conclusões obtidas pela investigação e recomendações para evitar novas ocorrências como a apurada
- pedir buscas e apreensões (exceto a domicílios)
- solicitar o indiciamento de envolvidos nos casos apurados
O que a CPI não pode fazer?
Embora tenham poderes de Justiça, as CPIs não podem:
- julgar ou punir investigados
- autorizar grampos telefônicos
- solicitar prisões preventivas ou outras medidas cautelares
- declarar a indisponibilidade de bens
- autorizar buscas e apreensões em domicílios
- impedir que advogados de depoentes compareçam às oitivas e acessem
- documentos relativos à CPI
- determinar a apreensão de passaportes
A história das CPIs no Brasil
CPIs famosas no Brasil
1992: CPMI do Esquema PC Farias - culminou no impeachment de Fernando Collor
1993: CPI dos Anões do Orçamento (Câmara) - apurou desvios do Orçamento da União
2000: CPIs do Futebol - (Senado e Câmara, separadamente) - relações entre CBF, clubes e patrocinadores
2001: CPI do Preço do Leite (Assembleia de MG e outros Legislativos estaduais, separadamente) - apurar os valores cobrados pelo produto e as diretrizes para a formulação dos valores
2005: CPMI dos Correios - investigar denúncias de corrupção na empresa estatal
2005: CPMI do Mensalão - apurar possíveis vantagens recebidas por parlamentares para votar a favor de projetos do governo
2006: CPI dos Bingos (Câmara) - apurar o uso de casas de jogo do bicho para crimes como lavagem de dinheiro
2006: CPI dos Sanguessugas (Câmara) - apurou possível desvio de verbas destinadas à Saúde
2015: CPI da Petrobras (Senado) - apurar possível corrupção na estatal de petróleo
2015: Nova CPI do Futebol (Senado) - Investigar a CBF e o comitê organizador da Copa do Mundo de 2014
2019: CPMI das Fake News - disseminação de notícias falsas na disputa eleitoral de 2018
2019: CPI de Brumadinho (Assembleia de MG) - apurar as responsabilidades pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão