O empresário Carlos Wizard deve ser um dos próximos convocados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID. Ele é apontado como um dos articuladores de uma assessoria paralela que aconselhava o presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia. O executivo é defensor do chamado “tratamento precoce” contra o novo coronavírus.
alega que um conjunto de drogas, como ivermectina e cloroquina, podem reduzir a letalidade da doença e evitar a infecção pelo vírus. No entanto, estudos científicos apontam que não existe fundamento algum na afirmação e que o uso desses remédios pode prejudicar seriamente os pacientes.
Em declarações públicas, Já existe um requerimento solicitando o comparecimento de Wizard como testemunha na CPI da pandemia, apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que também pede a quebra de sigilo dele. Se ficar confirmado que o empresário é um dos envolvidos com as práticas anticientíficas que aprofundaram a pandemia no Brasil, ele pode ser alvo de denúncia do Ministério Público, órgão que receberá os relatórios da comissão. Wizard fica mais fragilizado por não ter cargo público e seria julgado na Justiça comum.
Em entrevista à TV Brasil, em 2 de julho do ano passado, Wizard defendeu o uso de medicamentos contra a COVID-19 e disse fazer parte de um grupo de médicos que aconselhava a adoção do procedimento. Ele estava ao lado da médica Nise Yamaguchi — que recebeu convite para falar à CPI da COVID. “Eu passei um mês em Brasília junto ao ministro Eduardo Pazuello atuando como um conselheiro ao Ministério da Saúde. Posteriormente, fui convidado para assumir uma das secretarias. No entanto, preferi não aceitar o convite e trabalhar de forma independente e solidária no combate à COVID-19”, sustentou, à época.
Na mesma entrevista, o empresário cita o nome de outras pessoas e revela existir uma rede de articulação. “E foi neste momento que eu tive, então, a oportunidade de conhecer autoridades médicas que são reconhecidas tanto no Brasil quanto no exterior, como a doutora Nise Yamaguchi, doutor Roberto Zeballos, doutor Anthony Wong, Dante Serra, e muitos outros que participam desse conselho científico independente”, listou.
“Ou seja, são voluntários que estão dedicados, dedicando seu tempo, sua habilidade, sua experiência, compartilhando com a população o tratamento precoce.” Apesar de defender o uso de remédios sem eficácia contra a COVID-19, Wizard foi aos Estados Unidos se vacinar contra a doença.