Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Senador para Pazuello na CPI: 'Quem ajudou com oxigênio foi Paulo Gustavo'

O senador amazonense Eduardo Braga (MDB-AM) se irritou com o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID nesta quarta-feira (19/5). Ele estava sendo questionado sobre a falta de oxigênio no Amazonas, que causou a morte de pacientes da COVID-19 por asfixia.




 
Leia: Acompanhe, ao vivo, o depoimento de Eduardo Pazuello na CPI da COVID 
 
O ex-ministro afirmou que a empresa fornecedora de oxigênio teve apenas três dias em janeiro sem o insumo para os pacientes com a COVID-19.

Eduardo Braga atacou Pazuello: "Não faltou oxigênio no Amazonas em apenas três dias, pelo amor de Deus ministro Pazuello. Faltou oxigênio na cidade de Manaus por mais de 20 dias. É só ver o número de mortos”, rebateu o senador (veja vídeo abaixo).



“Vossa excelência não pode deixar de dizer que não conhece isso. O senhor estava lá, o senhor assistiu com os seus olhos os nossos brasileiros amazonenses morrerem por falta de oxigênio. Nós tivemos pico de morte no Amazonas inclusive no dia 30 de janeiro. Sabe quando chegou a carga de oxigênio que o senhor mandou do Ministério da Saúde para Manaus? No dia 24 para o dia 25. chegou no dia 20”, relembrou Eduardo Braga.




 
 

Ele ressaltou a participação da classe artística do país para envio de oxigênio. “Antes, nós ficávamos dependendo da ajuda do Gusttavo Lima, do Paulo Gustavo, do Tirulipa. Esses é que ajudaram a gente”, destacou.

Na época, houve uma mobilização por parte de diversos artistas para enviar cilindros de oxigênio para Manaus. Entre eles, o ator Paulo Gustavo, que recentemente morreu de COVID-19, aos 42 anos.

Sucessor de Teich e antecessor de Queiroga no Ministério da Saúde, Eduardo Pazuello é o depoente desta quarta-feira (19/5). Inicialmente, ele seria ouvido em 5 de maio, seguindo a linha do tempo do comando da pasta, mas alegou que estava em isolamento após contato com pessoas com suspeitas de COVID-19.

A CPI da COVID, instalada no Senado em 27 de abril deste ano, apura possíveis ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia do coronavírus e repasses de verbas a estados e municípios. Os depoimentos tiveram início em 4 de maio, com Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde.





No dia seguinte, Nelson Teich, sucessor de Mandetta no cargo, depôs. Na quinta-feira (6/5), foi a vez de Marcelo Queiroga, atual ministro da Saúde, prestar depoimento. Terça-feira (11/5), o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, depôs.

Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo federal, foi ouvido pelos senadores na quarta-feira (12/5), seguido de Carlos Murillo, ex-presidente da Pfizer no Brasil e atual presidente regional da empresa na América Latina, que prestou depoimento na CPI na quinta-feira (13/5).

Nesta semana, a CPI deu início às oitivas com o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, nessa terça-feira (18/5).
 

O que é uma CPI?

As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) são instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relevância ligado à vida econômica, social ou legal do país, de um estado ou de um município. Embora tenham poderes de Justiça e uma série de prerrogativas, comitês do tipo não podem estabelecer condenações a pessoas.



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O que a CPI da COVID investiga?

Instalada pelo Senado Federal em 27 de abril de 2021, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a CPI da COVID trabalha para apurar possíveis falhas e omissões na atuação do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. O repasse de recursos a estados e municípios também foi incluído na CPI e está na mira dos parlamentares.