O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, instalada pelo Senado Federal, Renan Calheiros (MDB-AL), quer a contratação de uma agência de checagem de fatos para verificar, em tempo real, as informações ditas pelos depoentes. A ideia surgiu por causa da oitiva do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, nesta quarta-feira (19/5).
As respostas dadas pelo general fizeram a postura dele ser descrita como “sofrível” por integrantes do comitê de apuração. Segundo Renan, Pazuello “mentiu muito” na primeira parte do depoimento, que será retomado nesta quinta (20).
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Síndrome vasovagal: conheça a síncope que teria feito Pazuello deixar CPITCU desmente Pazuello e diz que nunca recomendou recusa à vacina da PfizerDepoimento de Pazuello na CPI é suspenso e recomeça amanhãSenadores da CPI da COVID querem acareações para cercar mentirasDepoimento de Mayra Pinheiro, a 'capitã cloroquina', fica para terça (25/5)Análise: Pazuello na CPI tentou explicar o inexplicável“Ele (Pazuello) respondeu com imprecisão e mentiu muito, infelizmente. Tanto que iria pedir hoje – mas vou pedir amanhã – para que o presidente contrate, pela CPI, uma agência checadora de fatos, da verdade. Para que a gente tenha a negativa desses fatos online, à disposição da Comissão Parlamentar de Inquérito”, disse, em entrevista coletiva após a sessão desta quarta.
O relator crê que a verificação simultânea dos relatos dos depoentes pode conferir mais credibilidade à investigação conduzida pelos senadores.
“Esta comissão é totalmente nova. Há um envolvimento enorme das redes sociais. A comissão tem apoio popular muito grande. Nenhuma outra comissão, até então, contratou os serviços de uma agência para verificar a verdade dos fatos. Acho importantíssimo que, diante da reiterada prática da mentira – já tivemos em algumas oportunidades –, a gente possa, evidentemente, contratar esse serviço. Eles serão levantados on-line não pela comissão, mas por uma empresa, que terá a obrigação de, rapidamente, fazer isso”, argumentou.
Alegações de Pazuello não satisfazem senadores
Quem também não ficou satisfeito com a postura de Eduardo Pazuello ante os parlamentares foi o vice-presidente da CPI da Pandemia, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). “Foi um depoimento sofrível, com contradições flagrantes”, protestou.Na visão de Renan Calheiros, o militar tentou se esquivar da série de questionamentos feitos. “O depoimento do ministro Pazuello foi sofrível, verdadeiramente. Amanhã, vamos dar prosseguimento e ele pode, evidentemente, mudar. Ele fez um exercício para não responder às perguntas que foram colocadas. Quando as respondia, respondia com imprecisão”.
Um dos pontos que gerou a revolta dos senadores foi quando Renan perguntou sobre a postura de Pazuello ante as sete propostas para a venda de vacinas feitas de agosto a dezembro de 2020 pela Pfizer.
Nesta quinta, quando voltar ao Congresso Nacional, Pazuello terá de enfrentar nova bateria de indagações: há 23 senadores inscritos para o interrogatório.
Relembre: Wajngarten foi desmentido pela internet
O ex-secretário Especial de Comunicação do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), Fábio Wajngarten, foi desmentido durante depoimento na semana passada.
Ao ser questionado sobre a campanha “O Brasil não pode parar”, que estimulava o retorno às atividades econômicas presenciais, disse não poder responder por estar, à época, afastado em virtude de teste positivo para a COVID-19.
Depois, porém, Rogério Carvalho (PT-SE) mostrou trecho de live em que Wajngarten diz ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) que trabalhou normalmente durante o isolamento imposto pela infecção.
Contestações em torno de declarações dele à "Veja" também permearam o depoimento. O veículo, porém, divulgou áudio desmentindo as declarações dadas pelo ex-secretário em sua oitiva.