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Estado de Minas CONTRA AS MENTIRAS

Renan quer checagem de fatos durante os depoimentos da CPI da COVID

Após depoimento de ex-ministro da Saúde, relator da comissão de inquérito pretende propor contratação de empresa para monitorar teor de relatos


19/05/2021 18:31 - atualizado 19/05/2021 19:09

Relator da CPI quer agência de checagem para evitar incongruências em depoimentos aos senadores(foto: AFP / EVARISTO SA)
Relator da CPI quer agência de checagem para evitar incongruências em depoimentos aos senadores (foto: AFP / EVARISTO SA)
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, instalada pelo Senado Federal, Renan Calheiros (MDB-AL), quer a contratação de uma agência de checagem de fatos para verificar, em tempo real, as informações ditas pelos depoentes. A ideia surgiu por causa da oitiva do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, nesta quarta-feira (19/5).

As respostas dadas pelo general fizeram a postura dele ser descrita como “sofrível” por integrantes do comitê de apuração. Segundo Renan, Pazuello “mentiu muito” na primeira parte do depoimento, que será retomado nesta quinta (20).

Por isso, vai propor ao presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), o chamamento de profissionais especializados em checar informações. Para entrar em vigor, o requerimento solicitando a contratação precisará ser aprovado pela maioria dos componentes da comissão. 

“Ele (Pazuello) respondeu com imprecisão e mentiu muito, infelizmente. Tanto que iria pedir hoje – mas vou pedir amanhã – para que o presidente contrate, pela CPI, uma agência checadora de fatos, da verdade. Para que a gente tenha a negativa desses fatos online, à disposição da Comissão Parlamentar de Inquérito”, disse, em entrevista coletiva após a sessão desta quarta.

O relator crê que a verificação simultânea dos relatos dos depoentes pode conferir mais credibilidade à investigação conduzida pelos senadores.

“Esta comissão é totalmente nova. Há um envolvimento enorme das redes sociais. A comissão tem apoio popular muito grande. Nenhuma outra comissão, até então, contratou os serviços de uma agência para verificar a verdade dos fatos. Acho importantíssimo que, diante da reiterada prática da mentira – já tivemos em algumas oportunidades –, a gente possa, evidentemente, contratar esse serviço. Eles serão levantados on-line não pela comissão, mas por uma empresa, que terá a obrigação de, rapidamente, fazer isso”, argumentou.

Alegações de Pazuello não satisfazem senadores

Quem também não ficou satisfeito com a postura de Eduardo Pazuello ante os parlamentares foi o vice-presidente da CPI da Pandemia, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). “Foi um depoimento sofrível, com contradições flagrantes”, protestou.

Na visão de Renan Calheiros, o militar tentou se esquivar da série de questionamentos feitos. “O depoimento do ministro Pazuello foi sofrível, verdadeiramente. Amanhã, vamos dar prosseguimento e ele pode, evidentemente, mudar. Ele fez um exercício para não responder às perguntas que foram colocadas. Quando as respondia, respondia com imprecisão”.

Um dos pontos que gerou a revolta dos senadores foi quando Renan perguntou sobre a postura de Pazuello ante as sete propostas para a venda de vacinas feitas de agosto a dezembro de 2020 pela Pfizer.

Nesta quinta, quando voltar ao Congresso Nacional, Pazuello terá de enfrentar nova bateria de indagações: há 23 senadores inscritos para o interrogatório.

Relembre: Wajngarten foi desmentido pela internet


O ex-secretário Especial de Comunicação do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), Fábio Wajngartenfoi desmentido durante depoimento na semana passada.

Ao ser questionado sobre a campanha “O Brasil não pode parar”, que estimulava o retorno às atividades econômicas presenciais, disse não poder responder por estar, à época, afastado em virtude de teste positivo para a COVID-19.

Depois, porém, Rogério Carvalho (PT-SE) mostrou trecho de live em que Wajngarten diz ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) que trabalhou normalmente durante o isolamento imposto pela infecção.

Contestações em torno de declarações dele à "Veja" também permearam o depoimento. O veículo, porém, divulgou áudio desmentindo as declarações dadas pelo ex-secretário em sua oitiva.


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