No segundo dia de depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello à CPI da Covid, a tropa de choque do governo protagonizou já alguns bate-bocas com integrantes da comissão. O clima esquentou depois de o senador Marcos Rogério (DEM-RO) apresentar um vídeo com falas de governadores sobre a cloroquina, seguido por uma defesa do senador Flávio Bolsonaro em nome do irmão, Carlos Bolsonaro - cujo nome é frequentemente associado a um eventual "assessoramento paralelo" ao presidente Jair Bolsonaro em assuntos da pandemia.
"Completamente normal um filho conversar com o pai", interrompeu Flávio, que não é membro da CPI. Tentando argumentar que não haveria tal "assessoramento paralelo", o filho do presidente citou o nome do pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que segundo Flávio fala "quase diariamente com Bolsonaro" e influenciaria o presidente. "Chama ele aqui e vê se ele influenciou em alguma coisa (de decisões sobre o combate à pandemia)", desafiou Flávio. Marcos Rogério disse então que vai apresentar requerimento para chamar Malafaia à CPI.
Em seguida, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) buscou rebater o vídeo apresentado por Marcos Rogério, mas foi interrompida pelo colega. "Vai vendo, Brasil", dizia Marcos Rogério, que alega que os integrantes da CPI não querem investigar os governadores. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), precisou suspender a reunião em razão do bate-boca por dez minutos. O depoimento foi retomado há pouco.