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Estado de Minas VOTO DE CABRESTO?

Volta do voto impresso tem disputa apertada no Senado

Depois da PEC, Senado faz consulta pública para aferir opinião da população, que está oscilando entre o sim e o não com margem pequena de diferença


20/05/2021 11:57 - atualizado 20/05/2021 13:20

Voto eletrônico no Brasil começou em 1996
Voto eletrônico no Brasil começou em 1996 (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)


O uso da urna eletrônica no Brasil está na berlinda após 25 anos da estreia, na eleição de 1996. Em tramitação no Senado, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC)  quer a volta do voto impresso, sem data ainda para votação em plenário.


Para aferir a opinião pública, uma consulta pública em curso no site do Senado: "Voto impresso em 100% das urnas. Você apoia essa proposição?"  O sim e o não vêm oscilando no resultado da enquete.

Nesta quinta-feira (20/05), até a última atualização dessa matéria, o não estava ganhando, com 652.536 a 624.234, a favor do sim. Hoje, mais cedo, era o sim.

Caro e Confuso

Em 2002, algumas cidades do Brasil contaram com a impressão de voto impresso junto com a urna eletrônica. Além de caro, o processo foi classificado como confuso pela maioria dos eleitores e não trouxe segurança a mais.

A vida útil das urnas eletrônicas é de dez anos. Após esse prazo, elas são descartadas e recicladas. Para isso, o TSE promove licitação pública para contratar uma empresa.

Presidente do senado

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em março passado, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM/MG), disse que o Brasil não vai substituir as urnas eletrônicas pelo voto em papel.

 

No entanto, ele sinalizou a possibilidade de impressão de um comprovante de voto.

"Obviamente, a retomada do voto a mão não se concebe no Brasil, vamos continuar com urnas eletrônicas. Se for possível tecnicamente fazer uma impressão interna que garanta a recontagem em caso de dúvida sobre aquela urna eletrônica é algo que podemos discutir", afirmou o senador.

 

Boletim de urna

Ao questionar as urnas eletrônicas, Bolsonaro costuma defender a impressão de um comprovante de cada voto, que ficaria em posse do eleitor.


Na entrevista que deu à TV Cultura, Pacheco mencionou uma possibilidade diferente: "Quero crer que quando se fala da possibilidade de voto impresso, que seja impresso, não o voto daquela pessoa especificamente, mas a quantidade de votos naquela urna que se possa conferir o impresso com a realidade digital".

O senador, porém, foi lembrado pelos entrevistadores de que isso já existe, é o boletim de urna.

Voto de cabresto

Para a oposição, a defesa do voto impresso, em especial no modelo defendido por Bolsonaro, poderá dar margem ao voto de cabresto, em especial em áreas onde a fiscalização é precária e/ou existe um estado paralelo – exemplo disso são comunidades onde milícias armadas garantem currais eleitorais.

O Museu e as urnas

Criado há mais de 10 anos pelo Tribunal Supetrior Eleitoral (TSE), o Museu do Voto dispõe em seu acervo os vários modelos de urnas eletrônicas utilizados nas eleições, desde 1996.

O museu também possui exemplares de antigas urnas eleitorais feitas de madeira – utilizadas desde o período imperial até a década de 1950 – ou de lona (branca e marrom) – adotadas em seguida pela Justiça Eleitoral, até o ano 2000, quando todo o eleitorado brasileiro passou a votar de forma eletrônica.

A desconfiança com as urnas eleitorais começou em 2014 com o pedido do hoje deputado federal Aécio Neves (PSDB), candidato derrotado nas eleições daquele ano para presidente da República, questionar a lisura do pleito. O fato acabou parando no TSE, sem resultado prático, pois não houve indícios ou provas do suposto crime.


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