Jornal Estado de Minas

CONGRESSO NACIONAL

Senador Alessandro Vieira: 'CPI não é para fazer discurso'

Delegado da Polícia Civil e senador em primeiro mandato, Alessandro Vieira (Cidadania-SE) tem ganhado notoriedade pela forma como participa dos interrogatórios conduzidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura possíveis falhas e omissões do governo federal no combate à pandemia.



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Ao Estado de Minas, ele reconhece que a experiência como agente das forças de segurança auxilia na condução de suas intervenções. Ao contrário de muitos colegas, Vieira opta por não fazer preâmbulos ou discursos em meio às perguntas.

Seus minutos de fala são recheados de indagações diretas, que muitas vezes impedem respostas furtivas.

“É uma Comissão Parlamentar de Inquérito, então o momento que o parlamentar dispõe é para questionar a testemunha ou o investigado. Não é para fazer discurso. Entendo perfeitamente que alguns colegas façam a opção pelo discurso, mas claramente isso não é produtivo”, diz, ao explicar a postura adotada durante os trabalhos do comitê.

Vieira deposita muita esperança nas perguntas feitas aos depoentes. Prova disso é que pediu a convocação de Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro pelo Republicanos, mas presente em reunião com representantes da Pfizer.



“O que você tem que fazer ali, naquele momento, é buscar extrair o máximo de informação para ter um conjunto de provas e evidências que levem a alguma conclusão”, sustenta.

Discursos são ‘herança’

Para o congressista sergipano, os discursos são parte do perfil dos parlamentares brasileiros. Na visão de Vieira, as comissões de inquérito demandam movimento inverso.

“Os parlamentares brasileiros são vocacionados para falar, e não para ouvir. E, na CPI, o mais importante é ouvir”.

 

O que é uma CPI?

As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) são instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relevância ligado à vida econômica, social ou legal do país, de um estado ou de um município. Embora tenham poderes de Justiça e uma série de prerrogativas, comitês do tipo não podem estabelecer condenações a pessoas.

Leia também: Entenda como funciona uma CPI


O que a CPI da COVID investiga?

Instalada pelo Senado Federal em 27 de abril de 2021, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a CPI da COVID trabalha para apurar possíveis falhas e omissões na atuação do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. O repasse de recursos a estados e municípios também foi incluído na CPI e está na mira dos parlamentares.